A China anunciou nesta quarta-feira (9) uma série de novas medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, elevando as tarifas sobre produtos americanos para até 84%. As contramedidas entram em vigor nesta quinta-feira, 10 de abril, intensificando ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
O anúncio ocorre poucas horas após o governo do presidente Donald Trump implementar tarifas cumulativas de 104% sobre produtos chineses, aprofundando o conflito comercial iniciado ainda em seu primeiro mandato.
Além da elevação tarifária, Pequim comunicou que vai processar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e que seis empresas americanas foram adicionadas à sua lista de entidades não confiáveis. Outras 12 companhias entraram em uma lista de controle de exportações, o que pode restringir significativamente suas atividades comerciais com a China.
Mercado reage com queda
O impacto no mercado financeiro foi imediato: os futuros das bolsas americanas registraram queda de 1,7%, enquanto os principais índices da Europa recuaram mais de 4%, refletindo o aumento da incerteza e o risco global.
O governo chinês classificou as ações de Trump como “um erro sobre outro erro”, mas indicou que permanece aberto ao diálogo. Desde o retorno de Trump à presidência, em janeiro, os dois líderes — Trump e Xi Jinping — ainda não conversaram diretamente.
Fentanil e tensões diplomáticas
Um dos fatores que agravam a crise diplomática é o impasse sobre o fentanil, substância que se tornou um dos principais pontos de atrito entre os países. Trump acusa a China de permitir o envio de precursores da droga para os EUA, enquanto o governo chinês afirma que o tema está sendo usado como pretexto para sanções e tarifas.
A tensão comercial também envolve barreiras não tarifárias que, segundo relatório do Escritório do Representante Comercial dos EUA, prejudicam exportadores e empresas americanas em território chinês.