A situação do varejo brasileiro parece esta realmente difícil. Após as Lojas Americanas entrarem com um pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, o Grupo Casas Bahia anunciou no último domingo (28) um pedido extrajudicial, com o consentimento dos bancos credores.
O plano visa renegociar um montante de R$ 4,1 bilhões em debêntures e cédulas de crédito bancário, sendo uma parte da reestruturação da empresa, anunciada em agosto, e contempla uma carência de dois anos para o pagamento de juros da dívida, além de 30 meses para a retomada gradual dos pagamentos do principal.
Os principais elementos do plano das Casas Bahia incluem uma extensão do prazo de pagamento da dívida da empresa, que agora pode se estender por até 72 meses (seis anos), e uma renegociação dos juros a serem pagos, os quais passarão a ser vinculados ao CDI, acrescidos de uma taxa que pode variar de 1% a 1,5% ao ano.
O acordo também estabelece um período de carência de 24 meses para o pagamento dos juros e 30 meses para o pagamento do principal da dívida. Antes da renegociação, a empresa teria que desembolsar cerca de R$ 4,8 bilhões até 2027. Com as novas condições, esse valor é reduzido para R$ 500 milhões.
Contudo, é importante frisar que esta reestruturação abrange apenas as dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e CCBs emitidas junto aos bancos. O Bradesco detém R$ 953 milhões em debêntures, enquanto o Banco do Brasil detém R$ 1,272 bilhão, representando 54,5% do total das emissões contempladas no plano. Além disso, os credores dessas dívidas financeiras da Casas Bahia terão a opção de converter parte de seus créditos na empresa em ações.