O engenheiro-agrônomo José Marcos Sarabia, de origem brasileira, e que é o maior empresário do agronegócio no Paraguai, teceu críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Atualmente, o Paraguai é o principal mercado para exportações de máquinas agrícolas brasileiras, com 30% do total e um faturamento de US$ 195 milhões, seguido por Estados Unidos (15%) e Bolívia (9%). Hoje, Sarabia detém cerca 25% do mercado de insumos, com 2.000 funcionários, 300 agrônomos e mais de 700 funcionários de nível superior.
Em entrevista, o empresário disse que o direitista Santiago Peña, recém eleito presidente no Paraguai, está fazendo um “belo governo” no no país vizinho, mas avaliou que o início do terceiro mandato de Lula no Brasil é “o contrário”. Para ele, o país precisa ser administrado como uma empresa.
“Está demonstrando no começo do governo que não tem controle de gastos. Nós estamos vendo diariamente notícias de déficit, que gastou mais, que as estatais que davam lucro já não dão mais lucro”, observou.
Ao falar sobre a atuação no agronegócio, Sarabia afirmou que o Paraguai tem sido um campo de bons resultados. Os brasileiros que foram para o Paraguai, segundo ele, foram “muito bem recebidos”, especialmente no agro local. O domínio, no entanto, não está somente nas terras em produção, mas em outras frentes de negócios.
“Atualmente, aproximadamente 75%, talvez até 80%, das terras agricultáveis no Paraguai são de brasileiros. O negócio agrícola no Paraguai é dominado por brasileiros. Na parte de comércio e insumos, que é o nosso negócio, também é 80% dominado por empresas em que o dono é brasileiro, assim como eu sou. O agro do Paraguai foi dominado pelos imigrantes. Brasileiros, alguns alemães, japoneses, ucranianos, mas predominantemente brasileiros”, relatou o engenheiro-agrônomo.
Os negócios de José Marcos Sarabia estão pulverizados pelo Paraguai, como 25 unidades de beneficiamento de grãos. A comercialização média anual é de 1,8 milhão de toneladas.