Os preços dos alimentos e combustíveis apresentaram um leve alívio, levando o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) a registrar a primeira deflação em nove meses. Em junho, o indicador recuou 0,08%, após uma alta de 0,23% em maio. Essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice ficou em -0,23%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, já havia mostrado um movimento de desaceleração ao ficar próximo de zero em junho, em comparação com a alta de 0,51% registrada em maio.
A queda nos preços dos alimentos e transportes impulsionou a deflação no mês. Esses dois grupos são os que têm maior peso na cesta de consumo das famílias, representando quase metade do índice geral (42%). Em conjunto, eles contribuíram com -0,22 ponto percentual em junho.
O grupo Alimentação teve uma queda de 1,07%, impulsionada principalmente pela redução nos preços dos alimentos consumidos em casa. O óleo de soja registrou uma queda de 9%, enquanto as frutas, o leite longa vida e as carnes ficaram de 2% a 3% mais baratos. Já a alimentação fora do domicílio desacelerou, passando de 0,56% para 0,46%, devido a aumentos menos intensos nos preços dos lanches e das refeições.
No grupo de Transportes, houve uma queda de 0,41%, impulsionada pela redução nos preços de automóveis novos (-2,76%), automóveis usados (-0,93%) e combustíveis (-1,85%), incluindo quedas nos preços do óleo diesel, etanol, gás veicular e gasolina. Em relação às altas, as passagens aéreas registraram um aumento de 10,96% em junho, após uma queda de 17,73% em maio.