Um relatório divulgado pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (24) revelou que, entre janeiro e agosto de 2024, beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 10,5 bilhões para casas de apostas, utilizando o Pix como principal meio de pagamento.
O levantamento mostra que o valor médio mensal apostado pelos beneficiários foi de R$ 1,31 bilhão, com um gasto aproximado de R$ 147 por pessoa. Entre os apostadores, 5,4 milhões (60,5%) são chefes de família, que enviaram R$ 6,23 bilhões (59,3%) para essas plataformas de apostas.
A pesquisa também apontou que os homens apostam mais que as mulheres. Para cada 100 homens, 32 realizaram apostas, enquanto entre as mulheres essa proporção foi de 28 a cada 100. O estudo do BC considerou apenas as transações feitas via Pix, excluindo outras formas de pagamento, como cartões de crédito ou débito.
Os dados do Banco Central incluem apenas 36 casas de apostas, que são as principais patrocinadoras de eventos esportivos no Brasil. De acordo com a autoridade monetária, aproximadamente 24 milhões de brasileiros participaram de jogos de azar no período analisado, realizando pelo menos uma transferência via Pix para essas empresas.
Em agosto, as apostas movimentaram R$ 20,8 bilhões. Os valores mensais variam entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões. Segundo a nota técnica do BC, cerca de 15% do valor apostado é retido pelas empresas, enquanto o restante é distribuído como prêmios aos ganhadores.
A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, embora pessoas de outras idades também participem. O valor médio das apostas mensais aumenta com a idade, indo de R$ 100 para os mais jovens a até R$ 3.000 para os mais velhos.
Em agosto, estima-se que 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões para as casas de apostas via Pix. O Banco Central destacou que ainda precisa de mais tempo e dados para avaliar melhor os impactos dos jogos de azar na economia, na estabilidade financeira e no bem-estar da população.