A queda de braço entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central (BC) deve ganhar novos capítulos e polêmicas nos próximos dias.
Isso porque, nesta quarta-feira (22), a autoridade monetária decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Foi a quinta manutenção seguida da mesma taxa.
A decisão foi tomada durante reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no segundo encontro do colegiado desde o início do mandato de Lula.
A última vez que o BC alterou a Selic foi em 3 de agosto do ano passado, quando elevou o índice de 13,25% para os atuais 13,75%.
Nesta última terça (21), em entrevista ao canal esquerdista Brasil 247, o petista fez novas críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e prometeu “continuar batendo” na autoridade monetária até que se reduza o patamar dos juros.
“A gente só vai poder mudar o [presidente do] Banco Central daqui dois anos, porque ele tem autonomia. Eu, sinceramente, nunca me importei com a independência do Banco Central. Eu nunca achei que era importante. Eu não sei porque as pessoas acham que é importante autonomia”, declarou o mandatário.
O Banco Central é independente no Brasil desde 2021. A lei que estabelece a chamada autonomia trouxe como principal novidade a adoção de mandatos de quatro anos para presidente e diretores do órgão, em ciclos não coincidentes com a gestão do presidente da República, para evitar interferências na condução da política monetária.