O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quarta (5) que reconhece os esforços da equipe econômica de Fernando Haddad (PT) em relação à proposta de regra fiscal.
O novo arcabouço foi apresentado na semana passada pelo Ministério da Fazenda, a fim de substituir o atual teto de gastos, aprovado em 2016. O texto está sendo ajustado e deverá ser encaminhado ao Parlamento nos próximos dias.
“Nossa avaliação é super positiva, reconhecemos os esforços, e vamos acompanhar o processo no Congresso e se haverá modificações”, afirmou o chefe da autoridade monetária durante um evento bancário em São Paulo (SP).
O presidente do BC também disse que a medida, da forma como foi apresentada pelo governo, “elimina o risco de cauda longa para quem achava que a dívida poderia ter uma trajetória explosiva”.
Apesar disso, Campos Neto frisou que não pode ser conferida uma ligação direta entre política fiscal e a taxa de juros, deixando claro que não é automática a relação entre a nova âncora fiscal e a redução da Selic pretendida por Haddad.
Campos Neto destacou ainda que existe uma ansiedade do Executivo federal com relação às receitas e despesas obrigatórias, o que deve ser visto com “parcimônia” pelo mercado.
“Cobrar do governo um ajuste de despesa estrutural tem de ser feito com parcimônia. Ajuste de despesas vem com reformas, leva mais tempo. Acho que a gente tem de dar credibilidade ao que o governo tem feito”, completou.