A partir desta segunda-feira, 23 de janeiro de 2023, assumo o compromisso de, quinzenalmente, escrever para o Conexão Política. Com muita alegria e orgulho, eu me torno colunista deste jornal digital que há tanto tempo admiro, pelo seu perfil liberal, conservador, profissional e independente: tudo que não encontramos na grande mídia.
Neste texto, eu vou me apresentar a você e contar um pouco do que pretendo fazer.
Meu nome é Luiz Eduardo Carneiro da Silva de Souza Lima, mais conhecido como Luiz Lima. Tenho 45 anos, sou carioca, nascido em Campo Grande (Rio), criado em Laranjeiras e atualmente moro na Barra da Tijuca. Sou casado há mais de 20 anos e tenho uma filha de 17 anos.
Meus pais foram funcionários públicos e me incentivaram desde cedo a praticar esportes. Comecei a nadar com 4 anos, cresci nas piscinas do Fluminense e me tornei um atleta profissional. Como nadador olímpico, conheci 50 países, participei de campeonatos brasileiros, sul-americanos, panamericanos, mundiais e tive a oportunidade de estar em 2 Olimpíadas. Ganhei muito e, também, perdi muito. A vida de atleta me ensinou a ser forte e resiliente. Aprendi que a dedicação e o comprometimento nos levam até a vitória. Percebi que a direção é mais importante que a velocidade e que temos sempre que acreditar que é possível.
Sou formado em Educação Física e, com o final da minha carreira de atleta, assim como milhões de brasileiros, tive que empreender para sobreviver e sustentar a minha família. Comprei uma pequena tenda e, desde 2009, comecei a dar aulas de natação no mar, na praia de Copacabana. Já são quase 14 anos de muito trabalho, madrugando na areia e desenvolvendo o meu negócio. Tive sucesso e até hoje permaneço dando treinos aos meus alunos nas segundas-feiras e aos sábados. Aprendi o que é ser empresário no Brasil.
Em 2016, fui convidado para assumir a Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento. Passei 1 ano em Brasília e conheci os bastidores da política e do governo. Gostei da experiência e, em 2018, fui convidado por Jair Bolsonaro e saí candidato a deputado federal, pelo Rio de Janeiro. Tive sucesso e fui eleito para o meu primeiro mandato.
Vejo o esporte como um pilar da educação, instrumento de transformação social e promoção da saúde e da cidadania. Na atual legislatura, fui o deputado mais presente na Comissão do Esporte e tive participação nos projetos mais importantes para o setor e devidamente aprovados pela Câmara no período, como o aumento do percentual para investimento na Lei de Incentivo ao Esporte, o Plano Nacional do Desporto e a Lei Geral do Esporte.
Ao mesmo tempo, como fiel aliado da base do governo, estive lutando nas frentes de batalha dos projetos mais importantes para o País, como a Reforma da Previdência; Privatizações; Autonomia do Banco Central; Lei do Gás; Novo Marco Legal do Saneamento e todas as propostas que visavam a desburocratização e a liberdade econômica.
Em outubro de 2022, fui reeleito para mais um mandato como deputado federal e, pela minha história, fui convidado pelo Conexão Política para escrever aqui sobre política, esporte, educação e sociedade.
Dito isso, nas linhas que me restam, não poderia deixar de tratar do assunto que domina o nosso noticiário nos últimos dias, para, no fim, deixar uma provocação ao leitor. Falo dos atos em Brasília. Em 8 de janeiro deste ano, quando uma turba desencadeou uma confusão que chocou o país. Uma manifestação, como outra das tantas pacíficas que aconteceram no Brasil nos últimos quatro, foi deturpada por desordeiros profissionais que invadiram e saquearam o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
A pauta original da manifestação era idêntica ao propósito dos brasileiros que acampavam na porta dos quartéis: um protesto —legítimo— contra o processo eleitoral conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e chancelado pelo STF, que elegeu Lula para o seu 3º mandato como presidente da República.
Sem entrar no mérito da pauta, é imperioso frisar que a liberdade de expressão é permitida pela Constituição Federal, assim como o direito de manifestação em público é garantido ao povo brasileiro.
Isso pouco importou. Lula e o STF agiram rapidamente para reafirmar o controle, prendendo de forma indiscriminada quase 2 mil pessoas, limpando os acampamentos na porta dos quartéis, procurando seus supostos financiadores e organizadores, além de abrir investigações sobre como Jair Bolsonaro pode tê-los inspirado. Na mesma linha extremista, o governo e a imprensa desde a primeira hora adotaram o termo “terroristas” para descrever as milhares de pessoas detidas em razão dos protestos. Não foi relevante o fato de você ser um idoso, uma idosa, um enfermo, uma mulher grávida, um adolescente ou criança. Tampouco importou se você esteve envolvido na depredação. Você foi detido, você é um terrorista. Que loucura!
Em primeiro lugar, a definição legal de “terrorismo” não abarca o que aconteceu na Praça dos Três Poderes. Ademais, o terrorismo é incerto e imprevisível. Faz parte do terrorismo criar o medo e espalhar o pânico. Em Brasília, tivemos uma manifestação com data e hora marcada e, a cada dia, continuam a surgir mais dúvidas sobre como um grupo relativamente pequeno de manifestantes desarmados, que divulgou amplamente seus planos, conseguiu invadir com tanta facilidade os prédios governamentais mais importantes do país.
Nessa hora, como um bom carioca, apenas desejei que o governo federal e as nossas autoridades judiciais mostrassem o mesmo empenho que vêm mostrando para perseguir os “terroristas de Brasília” na hora de caçar os verdadeiros terroristas que mandam no Rio de Janeiro — que tem hoje quase 70% do seu território dominado por narcotraficantes e milicianos. É um estado paralelo. Isso, sim, é uma verdadeira ameaça à democracia, ao processo eleitoral e ao bem-estar da população.
Assim como um ministro do STF que não segue a lei e pode te alcançar quando bem quiser, a violência no Rio de Janeiro pode te atingir quando você menos espera e, é claro, aterroriza o cidadão pela sua imprevisibilidade. É triste. É lamentável. Mas se você vive hoje por essas bandas, não importa o que você faça. Você pode, sim, virar alvo.
Assim, cabe a pergunta: quem são os verdadeiros terroristas?