Sob críticas e cercado de holofotes, Eduardo Pazuello é o nome da vez. Ciente de que a minha avaliação não converge com os interesses midiáticos, entendo que Pazuello possui um histórico militar exemplar e conseguiu prestar bons serviços ao longo de sua gestão no Ministério da Saúde. Afinal, ele foi o principal responsável por providenciar a remessa de insumos para produção de vacinas que chegaram ao país — seja na liberação de verbas ou na negociação direta com as farmacêuticas.
Em janeiro deste ano, a pasta destacou uma série de documentos que atestam que o governo federal contribuiu financeiramente com a produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan.
Entre os documentos, está a edição do Diário Oficial da União (DOU) de 24 de dezembro com convênio celebrado entre o ministério e o instituto, por meio do qual a pasta transfere R$ 63,2 milhões para aquisição de equipamentos para o Centro de Produção Multipropósito de Vacinas do Butantan.
Na época, os dados veiculados pelo Ministério da Saúde foram em resposta ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que alegava que a vacina do Butantan era fruto de total investimento do governo de São Paulo.
O que vem ocorrendo no Brasil, a meu ver, é uma politização desenfreada às vésperas de uma grande disputa eleitoral. É nítido que Pazuello está sendo perseguido pela oposição e por grande parte da imprensa. Afinal, ele não saiu ‘atirando’, como fez o também ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
As falhas no combate à pandemia, principalmente no Amazonas, apontam para má administração de Estados e Municípios. A Polícia Federal (PF) apura, inclusive, indícios de superfaturamento na compra de respiradores naquele estado.
Em abril de 2020, segundo a PF, o sistema de saúde do Amazonas entrou em colapso por causa do surto da Covid. A partir disso, integrantes da cúpula do governo amazonense e empresários teriam montado um esquema de corrupção que comprou respiradores sem licitação, por quase R$ 3 milhões, aponta a corporação.
Os ataques realizados diuturnamente contra Pazuello refletem a perseguição explícita contra quem geriu o ministério da Saúde sem abrir brecha para a política do ‘fique em casa e só procure o hospital se apresentar falta de ar’. Outro ponto a ser levado em consideração é que, até o momento, não há escândalos de corrupção em seu trabalho.
Desde o início da campanha de vacinação contra o novo coronavírus, o Brasil vê o ritmo de aplicações de imunizantes ganhar fôlego. A curva de vacinação passou a subir expressivamente nas última semanas e a quantidade de doses distribuídas já ultrapassam a marca de 90 milhões, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde.