A imprensa mainstream tornou-se um covil de mimados, de frouxos, de gente de uma potência moral vergonhosa e de virilidade nula. O grande Nélson Rodrigues, que escreveu um artigo intitulado O ex-covarde, teria vergonha de sua categoria hoje em dia, muito mais do que tinha em seus tempos.
Se você discorda do texto de um jornalista, eles se unem como pueris valentões medrosos de colegial para dizerem que sofreram um ataque. Se você os acusa de canalhice em suas redes sociais eles deixam as contas privadas, bloqueiam, e até deletam o próprio perfil. Se você pega no pé de um desses molengas, te colocam em uma lista de “agressores de jornalistas” — Como fizeram com o Leandro Ruschel. Quanta frescura, quanta histeria…
Por muito tempo jornalistas viveram numa bolha hegemônica, de pensamento único. As mídias sociais quebraram o monopólio da informação, e dos formadores de opinião. A classe jornalística usa agora de meios imorais e contrários à própria profissão para retornarem ao patamar anterior: a censura, que eufemisticamente é chamada de “checagem”, de “discurso de ódio”, ou para os mais chiquinhos: fact checking.
Anos a fio sob o chicote de professores progressistas que censuravam suas opiniões “reacionárias”… dias e dias sob os olhares vermelhos dos editores chefes a pautarem suas opiniões por interesses ideológicos… décadas sob a patrulha de debiloides amantes do Che e Fidel… longo período de barganha por parte de governo petista pagando para saírem bem na fita… sei que não é fácil, com tanta pressão, não ser um completo idiota sem voz própria. Acabaram todos, paradoxalmente, como o personagem do poema comunista No caminho com Maiakóvski: “conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada”.
Felizmente tivemos e temos alguns poucos jornalistas independentes, que mesmo sob pressão extrema da hegemonia fizeram um ótimo trabalho, e como que se estivessem obedecendo cada palavra de A Constância do Sábio, de Sêneca, mantiveram-se firmes e imponentes perante tanta canalhice. “[…] hoje, é muito difícil não ser canalha”, dizia o Nélson já em seu tempo.
Quiça, numa de suas sacadas aforísticas, ele corrigisse a própria máxima e soltasse: hoje, é quase impossível não ser canalha. Meu recado àqueles jornalistas que sentiram-se ofendidos com meu breve desabafo segue: Parem de frescura, jornalistas safados!
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