Não é apenas a extrema-imprensa que busca de todas as formas barrar a reconstrução do Brasil representada pela eleição de Bolsonaro.
Há claramente uma disputa de poder em curso, em que foi criada uma narrativa de “autoritarismo” do presidente, justamente para enfraquecê-lo.
São as viúvas do PSDB, que apoiaram Bolsonaro na undécima hora para derrotar o PT, ou para não se indispor com a sua própria base.
Finda a eleição, passaram a manter apoio apenas a algumas agendas específicas, mas fazendo ataque sistemático a Bolsonaro.
O objetivo é transformar o presidente num empecilho às reformas, pela sua “inabilidade” política.
Reconheço falhas graves na articulação do governo, mas é óbvio que o principal fator de conflito é o fato do núcleo do poder no Congresso ser formado pela turma pega na Lava Jato.
Como se os pilantras de sempre tivessem algum interesse em reformar o país.
Se depender deles, teremos uma Reforma de Previdência mínima, para o sistema não colapsar de vez, e nada mais, além do trabalho de barrar qualquer mudança mais profunda e a Lava Jato.
Os bandidos e mamadores de sempre identificam em Bolsonaro a maior ameaça existencial que já enfrentaram. Logo, seu principal objetivo é neutralizá-lo.
Afinal, quem quer a cadeia? Esse é o jogo do Centrão e afins. Usam erros do governo para impor a narrativa da “inabilidade”.
Já as viúvas do PSDB apresentam a tese do “autoritarismo” como sua principal estratégia de ataque.
São os “caçadores do fascismo imaginário”, como bem colocou Fiuza.
Há aqueles que o fazem por ingenuidade, outros estão de olho no poder mesmo, para governar com o Centrão.
Eles têm teses elaboradíssimas sobre como o presidente mantém “milícias” que atacam adversários e trabalham para ajudá-lo a “fechar o Congresso e o STF”, governando como um ditador, com a consequente perseguição policial aos seus opositores. Assustador, não fosse uma fantasia.
Apresentam sua erudição de botequim, ao citar “Montesquiéu” e os princípios de separação de poderes, como se no Brasil tal coisa existisse e não um apanhado de bandidos aproveitadores aboletados nos “poderes”, cujo objetivo é manter sua posição e derrubar quem a ameaça.
Outros citam a moderação conservadora contra o ímpeto de mudanças mais profundas, esquecendo que o princípio mais caro ao conservadorismo é exatamente a defesa dos valores tradicionais.
Conservar a cleptocracia autoritária brasileira é o oposto de conservadorismo.
Fomos agraciados com uma oportunidade histórica: a possibilidade de mudar um sistema completamente corrompido, como mostrou a Lava Jato, sem guerras e derramamento de sangue, seguindo a Lei.
O Brasil acordou a tempo, mas muitos se esforçam para devolvê-lo ao sono dos escravos.
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