Esta é uma história real envolvendo o casal Henrique e Elaine. Quando ela engravidou da terceira filha em uma situação de altíssimo risco, todos os médicos e até uma instituição pró-vida aconselharam o aborto. Eles se recusaram a isso.
Henrique Bredda esteve presente no segundo dia do Especial de Natal da Brasil Paralelo para falar de confiança. Quando Lacombe lhe perguntou se já tinha passado por uma situação que exigia confiança ao máximo, a resposta foi uma lição de vida.
Em fevereiro de 2020, sua esposa, Elaine, descobre a terceira gravidez e logo nos primeiros meses precisa lidar com uma má notícia.
A posição do embrião no útero é fatal, porque está na região de corte da cesária. O útero pode rasgar, o feto crescer para fora (gestação cervical) ou Elaine ter hemorragia e morte súbita.
Em 2019, Henrique tinha brigado contra abortistas, tinha defendido a vida. Agora, a decisão de abortar ou não estava em sua própria casa.
Juntos, ele e Elaine buscam um exame mais minucioso. O médico é taxativo: para uma situação tão séria, a recomendação é realmente abortar, por causa do seríssimo risco de vida para a mãe.
Eles não aceitam e enviam os exames para uma clínica pró-vida nos Estados Unidos. O resultado choca a ambos. Tratava-se do único diagnóstico em que o aborto era a recomendação.
O campo da ciência já havia dado sua palavra. Três vezes: aborto.
Henrique e Elaine buscam um padre, os médicos eles já tinham ouvido. Entre orações, buscam novos profissionais.
Encontram um médico mais experiente. Novamente, são alertados do risco de óbito, mas uma lei maior os motiva na decisão:
“Não matarás”. (Êx. 20:13)
Para o casal, o que está nas leis de Deus é o que deve ser vivido.
“A última linha de confiança que a gente tem é a confiança na eternidade, na providência divina“, declarou Henrique.
Lutando pela vida da mãe e pela vida da criança, seguem com a gravidez acompanhados de todo o aparato científico. Entre exames constantes e ultrassonografias, o milagre vai acontecendo.
Aos poucos, a placenta migra para a parte de cima do útero. O feto se desenvolve para dentro. Mas ainda há outra ameaça, a possibilidade de a bexiga ser destruída.
Diante da médica, Elaine pergunta:
— O que acontece se a bexiga for destruída?
— Você vai ficar com uma bolsinha recolhendo sua urina para o resto da vida.
— Mas só isso? Eu não vou trocar a bexiga por um filho.
A gestação segue. É preciso chegar minimamente à vigésima terceira semana para o parto ser viável.
Por várias vezes, correm para o hospital por causa de hemorragias. Para agravar toda aquela situação, Elaine contrai Covid-19 durante a gravidez. O alento foi usar esse tempo para ouvir os podcasts do padre Faus.
Finalmente, chega o dia esperado.
O dia em que o impossível aconteceu
Chegam à trigésima sexta semana de gestação, o máximo possível. Elaine não pode entrar em trabalho de parto de forma alguma. O útero não aguentaria.
No hospital, mais de 20 médicos a aguardam. Precisavam de equipe vascular, de urologia e muitas outras. Henrique está junto.
“Com quatro horas e meia, eles me tiraram da sala. A Clarinha nasceu super rapidinho. Nasceu com 3kg, grandinha, perfeita. Estava no colo, mas a minha esposa estava em uma situação bem ruim. Perdeu muito sangue, o útero foi completamente destruído pela placenta”, contou.
A placenta rasga o útero, mas veda o rasgo ao mesmo tempo. É necessário constituir uma parte da bexiga.
“Num determinado momento, eles me tiraram da sala e eu sabia o que poderia acontecer”, acrescentou.
No caminho para o hospital, Elaine avisa que precisava falar duas coisas, caso não voltasse.
Henrique não quer ter que tocar no assunto, mas ela insiste.
“São só duas coisas, porque homem não grava mais de duas. A primeira é: não elimine a rotina de casa. Mantenha a rotina do café da manhã, da frutinha da manhã, do almoço, do soninho à tarde e da hora de dormir.”
“A segunda: não as afaste de Deus. Continue com a rotina e não as afaste de Deus. Se você fizer isso [cumprir os dois pedidos], tudo bem”.
Henrique fica fora da sala de cirurgia por 40 minutos, que, segundo ele, foram uma eternidade, um tempo de sofrimento e de milhares de dúvidas.
O conforto vem apenas de pensar em se conformar à vontade de Deus. Sua entrega é total.
Finalmente, o médico o chama, ele a vê no corredor e as primeiras palavras da esposa são: “Eu voltei”.
Concluindo sua fala no Especial de Natal da Brasil Paralelo, Henrique Bredda explica que verdadeiramente entendeu o papel da fé e da razão.
Somente pela razão, teriam abortado. Somente pela fé — sem a equipe médica — teria ocorrido o óbito da esposa.
Com a bênção de Deus e com a qualidade do trabalho dos médicos, o milagre não só aconteceu, como também deixou uma marca.
A cesária vertical cruzou a cesária horizontal. Hoje, quando Elaine olha para a própria barriga, vê uma cruz.
“Valeu uma vida ter confiado”.
Assista ao Episódio na íntegra clicando aqui. São três dias de evento — 13, 14 e 15 de dezembro. Celebre o Natal que vale a pena ser vivido.