Todo o nosso ser visível foi constituído a partir de uma decisão de Deus, bem como tudo que esse ser pode perceber no âmbito das emoções. Embora nossos sentimentos e emoções sejam abstratos, eles existem e são frutos de experiências provocadas pelo que acontece no universo externo. Ao assistir a um filme, ao sentir o cheiro de um perfume, tocar em algo valioso, ouvir uma música e, até mesmo, ao comer determinado alimento, ocorre o despertamento de sentimentos e emoções em nosso interior. Deus nos fez com capacidades sensoriais, nos dando a possibilidade de sentir e nos emocionar. As emoções despertadas em nós têm o propósito de comunicar ou representar algo que ocorre em nosso íntimo; sendo a tristeza, a saudade, a alegria, e a raiva como uma dessas representações das emoções. É justamente no terreno das emoções que são edificadas a maioria das decisões tomadas pelas pessoas.
A bíblia está repleta de personagens que tomaram decisões pautadas em fortes emoções. Saul, por exemplo, tentou matar Davi logo que foi despertado nele a inveja. Caim matou o seu irmão, Abel, logo que foi despertado o ciúme. Abraão mentiu sobre a sua esposa logo que o medo o dominou. Num turbilhão de sentimentos incompreendidos, Jó decidiu amaldiçoar o próprio nascimento. Gideão, diante do desafio lançado por Deus, soltou sem freios seus sentimentos de inferioridade; sem entender bem seu propósito. A rainha Ester rompeu com o medo, se apresentou diante do rei e faz um pedido que poderia custar sua vida. Mesmo com imensa vontade de se vingar de seus irmãos, José chora, exercendo domínio próprio, se recompondo e perdoando a todos eles.
“José já não podia mais conter-se diante de todos os que ali estavam, e gritou: ‘Façam sair a todos!’. Assim, ninguém mais estava presente quando José se revelou a seus irmão. E ele se pôs a chorar tão alto que os egípcios o ouviram, e a notícia chegou ao palácio do faraó.” — Genesis 45:1-2.
É impressionante como nossas decisões dão os contornos que envolvem nossas emoções, demonstrando o quanto são reais, ainda que ocultas e reservadas dentro de nós, e decisivas nos processos da vida. Por isso, profissionais de marketing, políticos, vendedores, palestrantes e tantos outros seguimentos profissionais dão elevada importância para as emoções humanas, pois sabem o quanto são determinantes numa decisão.
Não foi em vão que o nosso senhor Jesus Cristo nos comissionou com dois grandes mandamentos que devem ser exercidos com toda a plenitude do nosso ser, dando sentido tanto ‘horizontal’ quanto ‘vertical’. Em suma, na direção de Deus e do próximo.
“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame seu próximo como a si mesmo'”. — Mateus 22:37-39.
Mais do que nunca, o nosso ‘ambiente emocional’ precisa ser identificado por nós como algo extremamente importante e respeitado por aqueles que o ‘acessam’. No campo da espiritualidade, nossas emoções não precisam ficar ‘escravizadas’ por qualquer apelo emotivo para que nos acheguemos a Deus. Na verdade, a compreensão do que significa Deus e suas implicações em nossas vidas, naturalmente, desenvolvem as emoções e motivações corretas para nos achegarmos a Ele. No tocante a Deus, há emoções que o Espírito Santo é capaz de desenvolver em nós, levando-nos a decisões que se relacionem com o ‘Querer’ e o ‘Realizar’ dEle, no qual entendemos pelo que sentimos sobre Ele.
“Pois é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade.” — Filipenses 2:13.
Quanto mais nossas emoções são entregues ao Espírito Santo, Ele trabalhará ainda mais para conhecermos sua ‘boa, perfeita e agradável’ vontade; e nos fará arder nosso chamamento para realizar o que está no coração do Pai.
“Oro, ainda para que os olhos do vosso coração sejam iluminados, para que saibais qual é a real esperança do chamado que ele vos fez, quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos.” — Efésios 1:8.
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