Imagem: Governo Brasileiro
“Socialistas acreditam que, em algum sentido profundo, os seres humanos são todos iguais e que, quando obtêm os benefícios concedidos pela adesão como membro da sociedade, essa igualdade deveria mostrar-se na forma como as pessoas são tratadas. Muito do que significa tratamento igualitário é, obviamente, controverso.”
– Roger Scruton
A causa primaria de um programa social é ser uma iniciativa destinada a melhorar as condições de vida de uma população. Entende-se que um programa deste tipo está orientado para a toda a sociedade ou, pelo menos, para um setor importante que tem certas necessidades ainda por preencher. Implementados pelo Estado, em sua maioria, esses programas se tornarão ferramentas perfeitas para servir de remendo a questões complexas como desigualdade e poder de compra e que caiu na “graça do povo” que viram neles uma saída se não uma esperança de poder ter uma vida melhor.
Porém, da mesma forma que existe virtudes, existem falhas, e parafraseando Scruton irei citar três.
Primeira, a contribuição que esses programas têm para o surgimento de pessoas altamente dependentes do estado ao longo de muito tempo contribuindo para o sepultamento de incentivos que os façam viver de outra maneira. A forma que os indivíduos se habituaram chegou ao ponto tão critico que qualquer tentativa de escapar dele pelo trabalho levará a uma perda, em vez de um ganho e, quando instituídos, criam maus costumes que são transmitidos as famílias daqueles que se beneficiam como ter muitos filhos para que o beneficio seja aumentado, a vitimização que o faz acreditar que é incapaz de viver sem o beneficio e também a acomodação daqueles que mesmo estando aptos para serem independente continuam no ócio induzido. Essas praticas usuais são passadas de pais para filhos, criando uma classe de cidadãos que nunca viveu do próprio esforço e que não conhece ninguém que já tenho o feito.
O custo disso não apenas econômico: tais comportamentos provocam um impacto no sentimento de pertencer a uma sociedade estabelecendo uma divisão de eles contra nós – uma ferramenta marxista bem antiga de divisão de classe, que contribui para o afastamento da minoria dependente da experiência de liberdade.
A segunda falha é econômica, as despesas aumentam constantemente: a assistência medica gratuita que aumenta a expectativa de vida, resulta em custos cada vez mais autos com cuidados da saúde até o fim da vida, e há também o problema da previdência que com a mudança na pirâmide etária fica insustentável de manter com os recursos existentes. Como consequência, o governo está contraindo cada vez mais empréstimos para o futuro, hipotecando os ativos dos que ainda irão nascer em beneficio dos que estão vivos.
A terceira é o uso desses programas como forma de um “neo-voto de cabresto”. Popularizado pelo governo Lula, o Bolsa Família é um dos maiores exemplos disso, usam desse artificio para cobrar votos “se não fosse o nosso partido você não teria esse dinheiro”, para mentir e ameaçar como foi feito na campanha eleitoral de 2014 quando espalharam a noticia a torto e a direito que se o então candidato a presidente Aécio Neves fosse eleito o Bolsa Família deixaria de existir. Além de tudo isso, existe também a falta de uma rigorosa fiscalização no que tange quem pode ter acesso ao benefício, o que abre grande margem para fraudes como foram descobertas em uma auditoria onde cerca de 350 mil cadastros no Bolsa família eram fraudulentos (ver matéria aqui: http://conexaopolitica.com.br/ultimas/auditoria-revela-fraude-de-quase-350-mil-cadastros-do-bolsa-familia/) causando um prejuízo enorme aos cofres públicos.
O desafio agora é fazer com que essas pessoas consigam se livrar das amarras que esses programas os causam, trata-los como algo provisório, claro que não será fácil, os partidos de esquerda que tem o uso desses programas como umas de suas principais ferramentas para vencer eleições irão inventar mentiras como dizer que a diminuição dos programas é um “ataque contra os pobres e vulneráveis”. Tal ação deve ser feita quanto antes possível já que em todo o mundo o Estado de Bem-Estar Social está se tornando inviável no modelo atual e o endividamento constante a ser pago no futuro fará com que seu colapso, quando ocorrer, seja ainda mais devastador. Porém, raramente veremos isso ser feito por um partido do governo por ter medo de correr riscos políticos futuros perante a esquerda, que não vê essa questão como emblemática, mas como uma maneira de convocar os eleitores cativos.