Ao longo dos primeiros dois anos de mandato, o governo federal foi acusado diuturnamente de apresentar inúmeras dificuldade em construir uma articulação alternativa eficaz com o Congresso.
Uma suposta crise foi alimentada pela imprensa brasileira e pela oposição, que ganhou força pela de farpas entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Maia, que sempre esteve isolado, ganhava superpoderes devido a tanto espaço conquistado na mídia, que alimentava a narrativa de uma profunda crise em torno do governo brasileiro.
Com toda essa histeria coletiva, era necessária uma força-tarefa para apaziguar os ânimos.
O presidente da República não conseguia fazer uma declaração em paz. De ímpeto, a imprensa brasileira procurava o presidente da Câmara para comentar sobre o assunto e um novo conflito ganhava forma.
Com toda essa jogada coletiva, o Executivo brasileiro foi acusado de não obter êxito em suas articulações políticas, tornando-se refém de declarações polêmicas e de gestos que não conduziam com o cenário que o país estava enfrentando.
Neste contexto, os principais veículos de comunicação passaram a encontrar formas de polarizar qualquer discussão política que envolvesse o presidente Bolsonaro. Diante dessa prática, tudo o que estivesse relacionado ao governo federal, não mais seria êxito do mesmo, mas sim daquelas figuras que, de modo antecipado, seriam selecionadas pela imprensa mainstream.
Com o palco montado, todas as conquistas e méritos do governo não mais eram entregues ao mesmo, mas ao seus opositores. E assim, de modo sorrateiro, Bolsonaro foi sendo minado de ponta a ponta por aqueles que tentam controlar o monopólio da informação.
Hoje, 1º de fevereiro de 2021, dia em que Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) deixam a presidência da Câmara e do Senado, respectivamente, uma nova disputa histórica está sendo travada.
Mesmo diante de intensos ataques, o presidente Jair Bolsonaro e seus articuladores conseguiram estabelecer dois nomes para representá-los: Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), no Senado.
Ambos são favoritos para vencer a disputa e garantir, teoricamente, uma abertura de caminho para que as pautas do governo tramitem tranquilamente nas duas casas.
Se confirmado, o governo Bolsonaro deve consolidar uma vitória histórica – emplacando uma negociação polida e estratégica.
Agora, mais do que nunca, Jair Bolsonaro prova que sim, ele sabe articular politicamente ao ponto de desestabilizar oposição, enfurecer Rodrigo Maia e ainda por cima driblar os intensos ataques da imprensa.
Se Lira e Pacheco conquistarem vitória, Jair Bolsonaro será o grande vencedor, por ora, desse torneio biênio legislativo.
Trata-se de uma derrota histórica para a oposição. Uma perda irreparável para Rodrigo Maia.