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Num discurso inflamado de emoção, Henrique Vieira, pastor da igreja Batista do Caminho, desferiu uma fala “incendiosa” contra o candidato Jair Bolsonaro, num evento promovido pelo candidato do PT, na Lapa-RJ. Seu discurso de apelo religioso estava focado em promover e reforçar a rejeição na mente dos que que ali estavam contra o candidato do PSL. Utilizou frases de efeitos e memorizadas de alguns discursos já pronunciados em outras ocasiões. O público ia ao êxtase quando algumas frase soavam bem aos seus ouvidos. Mas, eloquência, retórica e apelo emocional nem sempre combinam se o conteúdo não evidenciar verdade. Num ambiente onde poucos possuíam condições de avaliar teologicamente as palavras verbalizadas por Henrique Vieira, mesmo porque os presente não estavam ali com esse fim, seu discurso ideológico fez o público se emocionar, especialmente, quando ele apelava para o maior personagem bíblico: Jesus Cristo.
Ele disse:
“Jesus foi preso e assassinado por um estado violento… Jesus foi vítima de tortura… as palavras e práticas de Bolsonaro matariam Jesus, hoje […]”.
A intenção está clara em vincular a prática violenta com que os romanos trataram Jesus a pessoa candidato Bolsonaro. Mas gostaria de argumentar sobre as palavras acima ditas pelo pastor Henrique Vieira.
Aquela era uma época onde a conquista de territórios era na base da violência, onde os Romanos dominavam o mundo. Não podemos comparar o homem que viveu naquele tempo com o homem dos nossos dias. Quando prenderam Jesus, deram a ele um tratamento como se fosse um criminoso de alta periculosidade, pois fora trocado por Barrabás, um assassino e ladrão altamente violento. Então, lançaram toda sua raiva sobre Jesus, como se tivessem atingindo um prisioneiro do mesmo porte que Barrabás. Mas o que precisar ser avaliado é o seguinte: Henrique Vieira, cita Jesus como vítima de tortura para levar o público a odiar aqueles que o torturaram, a fim de que suas mentes vinculem os bárbaros que torturaram Jesus ao candidato Bolsonaro. Apelativo demais, pois não corresponde com a verdade teológica do fato.
É difícil admitir, mas a violência com que feriram o corpo de Jesus era prevista profeticamente, por que havia um propósito independente da vontade de qualquer ser humano (Isaias 53:1-8). O próprio Jesus, quando decidiu informar aos seus discípulos sobre seu sofrimento e morte, repreendeu a Pedro quando este usou de palavras insinuando que iria defendê-Lo (Mateus 16:21). No momento da sua prisão, ele disse:
“[…] como então se cumpririam as Escrituras que dizem que as coisas deveriam acontecer desta forma?” (Mateus 26:53-56).
Esse é o ponto da questão, onde Jesus não lamentou toda violência que recaiu sobre ele, especialmente, por que Ele mesmo se permitiu com um propósito profético, que era providenciar a Salvação Espiritual do ser humano, a fim de que a comunhão entre o ser humano e Deus fosse restaurada. O discípulo Tito proferiu as seguintes palavras:
“Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu…” – (Tito2:14)
Portanto, tentar sensibilizar as pessoas, levando-as a sentir pena de Jesus, tentando convencê-las de que Jesus não deveria sofrer o que sofreu, no mínimo é uma traição ao contexto bíblico e desmerecimento ao que o próprio Jesus decidiu voluntariamente fazer, onde o propósito era salvar a humanidade por meio da sua dor sacrificial, não importando qualquer grau de tortura que viesse a sofrer. E ainda, ele só não mencionou a Cruz, local onde Jesus foi posto após ter sido torturado, por que lhe faltaria contexto, pois a morte de Jesus na cruz foi a demonstração do grande amor de Deus por nós, como menciona o discípulo João:
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” – (João 3:16)