Durante live promovida pela ABDConst, o deputado federal e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu nesta segunda-feira (26) que o Brasil realize um plebiscito a fim de mudar a Constituição Federal de 1988.
Barros citou como exemplo o que aconteceu no Chile no domingo (25), quando a população aprovou por mais de 78% a reforma do texto constitucional daquele país.
“A Constituição [brasileira] tornou o país ingovernável, como disse o [José] Sarney. Devemos fazer um plebiscito, como fez o Chile. É hora de repensar. Reformar a Constituição, que não está nos dando condições de governar a longo prazo”, declarou.
De acordo com o parlamentar, a “Carta só tem direitos” e criou um Estado que gasta mais do que arrecada. Ele também afirmou que não há como aumentar a carga tributária, “porque o cidadão não tem condições de pagar mais impostos”.
Isso tudo, segundo o líder, faz o volume da dívida pública aumentar cada vez mais. “Os juros da dívida não são pagos há muitos dias. A dívida só é rolada.”
O deputado também defendeu o parlamentarismo, que seria, na visão dele, o melhor regime de governo para o Brasil. “Ajudaria o país a enfrentar as crises de maneira menos traumática”.
Ao comentar sobre a Justiça no Brasil, Ricardo Barros criticou o que chamou de “ativismo político do Judiciário”, que “está muito intenso, como nunca esteve”.
“O combate à corrupção é o grande desejo do brasileiro. Mas não se pode combater crimes cometendo crimes, como vimos nos últimos anos. Ninguém pode atingir terceiros em sua honra, em sua reputação, e sair ileso”, disse.
Esse ativismo, para ele, faz o Legislativo ficar “intimidado”. “Parlamentares são ameaçados quando se insurgem contra os privilégios que estão postos. Eu fui relator da Lei de Abuso de Autoridade e sei o que passei. Mas o Brasil precisa de mudanças e nós do Legislativo temos que patrociná-las.”
Ricardo Barros assumiu a liderança do governo Bolsonaro na Câmara há dois meses. Ele entrou no lugar de Major Vitor Hugo (PSL-GO), que estava no cargo desde fevereiro de 2019.