Imagem: Carlos Moura | Correio Braziliense
Um levantamento da Folha de S. Paulo sobre a atividade legislativa de Jair Bolsonaro mostra que ele sempre foi antipetista, muito antes do PT chegar ao governo, mas se aproximou do partido em determinado momento.
Embora Bolsonaro ter confessado que já votou em Lula em determinada situação em 2002, hoje Bolsonaro é o opositor número um do petista.
Veja algumas declarações do deputado neste período:
“Não tenho como indicar alguém para o Ministério da Defesa. Não faço parte da equipe do Lula nem tenho poder de veto, mas tenho voz nesta Casa. Sugiro até mesmo o nome de José Genoíno, por quem não tenho grande amizade, mas reconheço sua competência. Não faria oposição à possibilidade dele ir para o Ministério da Defesa. Também não me oporia se o eleito fosse Aldo Rebelo, do PCdoB. Ambos são competentes. Não quero falar sobre a história de ninguém. Temos de pensar apenas no Brasil daqui para a frente… Apelo para os companheiros do PT, do PCdoB, para pessoas de bom senso do futuro governo que digam não a José Viegas”.
“Embora eu pertença a partido da base de apoio do governo, o PPB, raramente voto favoravelmente às propostas governamentais e jamais apoiaria o candidato oficial. Digo mais: num segundo turno disputado entre José Serra e Lula, não voto em José Serra. Prefiro uma pessoa honesta, ainda que sem muita cultura, como dizem ser o caso de Lula, a uma pessoa muito culta, porém mal-intencionada”.
Diferentemente do que à mídia mainstream já divulgou, Bolsonaro nunca apoiou de fato Lula e seu partido, apenas se posicionou em determinada situação, já que o Brasil, na época, também passava por uma situação conturbada e acreditou que naquela ocasião, Lula teria os melhores planos para o país.
Em 2003, quando Lula já era presidente, Bolsonaro não poupou críticas ao governo. O deputado repudiou a reforma da previdência proposta pela gestão petista. A partir daí, o militar virou algoz do PT.
“Estou um tanto quanto apreensivo neste início do governo Lula, principalmente no tocante à previdência militar e à dos servidores públicos. O governo continua com o propósito de cobrar contribuição previdenciária dos inativos”, afirmou Bolsonaro.
Logo depois, Bolsonaro voltou a atacar a proposta:
“Confesso que, se essa reforma fosse proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso, já seria difícil acreditar, mas apresentada por este governo, massacrando os servidores civis, logo essa classe que, em quase sua totalidade, votou no governo Lula, assim como os militares da União, é ainda pior”.
Entre os anos de 2005 e 2006, ocorreu o escândalo do Mensalão — e Bolsonaro atacou duramente Lula e seu partido no decorrer do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Até hoje o deputado federal não poupa Lula de adjetivos duros como “chefe de quadrilha”, “corrupto” e “ladrão”. Dilma é atribuída como “assassina” e “guerrilheira”.
Para Bolsonaro, hoje, o Brasil precisa com urgência de um governo de direita para que o país não vire um caos como Cuba, Venezuela e Coreia do Norte.