A Pfizer e a BioNTech anunciaram nesta quinta-feira (26) a assinatura de uma carta de intenções com a farmacêutica brasileira Eurofarma para a produção de vacina contra a Covid-19. A substância será produzida no Brasil e distribuída em toda a América Latina.
De acordo com o comunicado das empresas, as atividades de transferência técnica, desenvolvimento no local e instalação de equipamentos começarão imediatamente. A Eurofarma vai receber o produto de instalações dos Estados Unidos.
A expectativa é que o laboratório brasileiro seja capaz de produzir 100 milhões de doses por ano, que devem começar a ser entregues em 2022.
“A Eurofarma vai começar por meio deste acordo a terminar o processo de fabricação de nossa vacina no Brasil, o envase e a finalização no Brasil e para o resto dos países da América Latina”, destacou o presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, durante evento para a assinatura do acordo.
A vacina fabricada pela Pfizer/BioNTech, chamada de ComiRNAty, já está sendo aplicada no Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Mas até então ela vinha do exterior pronta para aplicação.
Essa vacina utiliza uma nova tecnologia, com RNA mensageiro (mRNA). Segundo a Pfizer, esse tipo de vacina carrega o código genético do vírus que contém as instruções para que as células do corpo produzam determinadas proteínas. Ou seja, elas atuam introduzindo nas células do organismo a sequência de RNA mensageiro, que contém a receita para que essas células produzam uma proteína específica do vírus.
Uma vez que essa proteína seja processada dentro do corpo e exposta ao nosso sistema imunológico, este pode identificá-la como algo estranho, um antígeno e criar imunidade contra ele.
O imunizante da Pfizer é aplicado em duas doses. No Brasil, a vacina recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em adolescentes entre 12 e 17 anos. O imunizante da Pfizer é o único autorizado para essa faixa etária até o momento.
Na entrevista coletiva de anúncio da parceria realizada no Ministério da Saúde, o titular da pasta, Marcelo Queiroga, ressaltou a importância da parceria para a capacidade de produção de vacinas do país e para a oferta de imunizantes contra a covid-19.
“São indústrias privadas que se juntam no nosso país para desenvolver o nosso complexo industrial de saúde. Esse acordo vai fortalecer nossa capacidade de produzir vacinas e imunizar a população”, declarou Queiroga.