O silêncio ensurdecedor da mídia brasileira sobre o pedido de quebra de sigilo contra veículos de comunicação do espectro conservador nos faz imaginar que o Brasil vive atualmente sob profunda ditadura.
Isso porque o chamado “jornalismo profissional”, que deveria repudiar ações que atentam contra a liberdade da imprensa, decidiu permanecer inerte, como se as redações de jornais e as emissoras de rádio e TV tivessem sido invadidas pela força do Estado.
Mas não foi isso que aconteceu.
Após a investida dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE) em desfavor de órgãos de mídia alternativos, a exemplo da rádio Jovem Pan, a produtora Brasil Paralelo e o portal Conexão Política, foram raríssimos os registros de manifestações daqueles que, amanhã ou depois, podem ser vítimas do mesmo arbítrio.
A “imprensa profissional” decidiu se calar, como se todos esses “profissionais” misteriosamente estivessem em período de recesso coletivo por tempo indeterminado, inserindo o mainstream numa estrada rumo ao abismo.
A mídia tradicional escolheu um caminho contra o qual deverá lutar no futuro. Em tempos de censura seletiva, não repudiar atitudes autoritárias apenas evidencia o cinismo daqueles que um dia afirmaram defender a liberdade.
Leia a nota oficial: Calheiros e senador do PT querem quebrar sigilo do Conexão Política