Os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) dividiram espaço com a esquerda para apresentar um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Eleitos com votos do eleitorado do atual mandatário, os parlamentares anunciaram rompimento com o governo sob diversas alegações. Agora, eles formam um ‘superpedido’ ao lado do PT e outros partidos de espectro político da esquerda.
“Eu fui líder desse monstro”, discursou uma Joice, sob forte aplausos de congressistas da oposição e movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), já criticado por ela em ocasiões anteriores.
Kim Kataguiri, por sua vez, acusou o presidente da República de ser um criminoso.
“O governo Bolsonaro ultrapassou tanto o limite do razoável que, independentemente de ideologia política, movimentos e partidos se unem agora para pedir seu impeachment, porque foram tantos crimes cometidos. A negligência e insensibilidade diante da pandemia e agora de escândalo de corrupção com vacina”, disse o parlamentar ao portal Congresso em Foco.
Rejeição
Apesar de buscarem transmitir uma imagem sólida pós-saída da base do governo, os políticos que têm rompido com o chefe do Executivo têm sofrido forte danos políticos e eleitorais.
Joice, por exemplo, perdeu milhares de seguidores após o anúncio de ruptura.
Eleita com mais de 1 milhão de votos em 2018, a jornalista fez menos de 100 mil em 2020, na eleição para a prefeitura de São Paulo, ficando na sétima colocação.
Sem a adesão do eleitorado ‘bolsonarista’, ela chegou a 98.342 votos (1,84% das urnas apuradas), enquanto que há dois anos conquistou 1.064.047 eleitores na disputa pelo Parlamento.
Já com Kim Kataguiri, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), o resultado é semelhante.
Apesar de ainda registrar saldo considerável nas redes sociais, o engajamento dele tem recuado em relação aos anos anteriores.
O MBL, inclusive, desidratou no cenário político e continua enfrentando dificuldade para reunir grande número de participantes em seus atos contra o governo.