O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao longo das últimas eleições, apostou em parcerias com plataformas, como o WhatsApp, para tentar conter o avanço de fake news no processo eleitoral.
Nas eleições presidenciais e legislativas do ano que vem, essa ação será ampliada pela Corte, que pretende firmar acordos de cooperação com outras empresas de tecnologia.
No entanto, algumas plataformas têm tirado o sono da cúpula do TSE, inclusive do próprio presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso.
De acordo com Aline Osorio, secretária-geral do TSE e coordenadora do Programa de Enfrentamento à Desinformação, entre as preocupações atuais está o Telegram, aplicativo de mensagens que permite grupos de até 200 mil pessoas, número bem superior aos 256 participantes admitidos pelo WhatsApp.
“O Telegram é um grande desafio, nós temos buscado canais, ainda não conseguimos chegar no Telegram. Atualmente a moderação de conteúdo que é feita, ou que praticamente não é feita pelo Telegram, é mais com base em preocupações sobre terrorismo”, declarou Osorio.
“E a gente tem não só o Telegram, mas várias outras plataformas que chegaram […], que não têm representação no Brasil e que é muito difícil conseguir uma interlocução. […] Como a nossa preocupação [é] muito grande para 2022, é importante agora a gente, enfim, diplomaticamente, chegar nelas”, acrescentou.
Segundo a secretária-geral do TSE, uma das prioridades é que as plataformas contenham regras de moderação específicas para contextos eleitorais.
“A nossa ideia é trabalhar com elas [plataformas], para que aprofundem essas políticas, para que, de antemão, já se saiba no Brasil o que vai acontecer com perfis que aleguem, indevidamente, fraude no resultado eleitoral, que não reconheçam o resultado eleitoral ou que tenha supressão de voto”, afirmou.