O médico infectologista Francisco Cardoso, especialista da área pelo Instituto Emílio Ribas, afirmou que não existem quaisquer produções científicas da também infectologista Luana Araújo.
Na semana passada, Luana estampou as manchetes do principais jornais após depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
Aclamado fortemente pela oposição, o nome da infectologista foi erguido como uma figura de resistência contra o presidente Jair Bolsonaro e, principalmente, contra o protocolo de tratamento precoce. Jornalistas e veículos de comunicação deram amplo destaque às falas dela, apontando ser um perfil técnico e de peso para retificar pontos de interesse público sobre o combate ao coronavirus na pandemia.
No entanto, durante participação no programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan, Cardoso assegurou que “ninguém sabe” o que Luana fez depois de sua residência médica.
“Ela é uma colega que, teoricamente, depois da residência médica, desapareceu do meio médico. Ninguém sabe o que ela fez. Ela não tem, em termos acadêmicos e científicos, nenhuma produção. Não foi professora ou pesquisadora em universidade. Ela não tem trabalho em hospital reconhecido, ela não tem consultório, não tem [trabalho em] nenhum hospital de referência. Ela ressurge ano passado fazendo um mestrado em saúde pública na John Hopkins, um desses mestrados que atrai gente do mundo todo, com bolsas”, enfatizou o especialista.
Segundo Cardoso, a médica foi colocada numa posição de “pedestal de conhecimento”, que seria, na visão dele, “indevido” para ela.
“[Luana] é colocada, de repente, em um pedestal de conhecimento que, na minha opinião, com todo o respeito que eu tenho a ela, é indevido. Têm pessoas que trabalharam […] e têm muito mais a oferecer para o Brasil do que ela. Ninguém sabe como esse nome chegou ao ministro“, afirmou.
Incluso também na lista de depoimentos da CPI, a presença do médico foi adiada por decisão de Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado.
Ao falar sobre a suspensão temporária na Comissão, Cardoso disse estar a serviço dos brasileiros:
“A gente sente um certo alívio no início, por não ter que passar por aquela rotina toda. Mas há uma frustração de perder a oportunidade de falar coisas para o Brasil que o país tem que ouvir e não está ouvindo. De qualquer maneira, eu insisto que nós estamos à disposição”, completou.