O Conselho de Ética da Câmara recomendou nesta terça-feira (8), por 16 votos a 1, a perda do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) por quebra de decoro parlamentar.
A parlamentar ainda pode recorrer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão final caberá ao plenário da Casa. Para a cassação, são necessários os votos de, pelo menos, 257 deputados em votação aberta e nominal.
Flordelis responde a processo por quebra de decoro parlamentar, acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, na casa da família em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.
Os deputados acataram o parecer do relator do processo no conselho, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), para a perda do mandato.
Leite argumentou no documento que ela não conseguiu provar sua inocência, tentou usar o mandato para cooptar um de seus filhos para assumir a autoria do crime, era a única da família com recursos para comprar a arma do crime e também teria abusado de prerrogativas parlamentares.
Outro lado
Flordelis voltou a negar que tenha sido a mandante do assassinato de Anderson do Carmo e apelou para que os parlamentares aguardassem o seu julgamento no Judiciário.
“Venho perante vocês pedir que não cassem o meu mandato, pois o efeito dessa cassação viria de imediato tirar o sustento da boca da minha família, abrir para que meus detratores me mandem para a prisão, fazer com que eu perca minha capacidade de defesa. A Constituição diz que, para o crime de que sou acusada, os juízes competentes me julguem. Os juízes competentes que têm que me julgar são os jurados do Tribunal do Júri”, declarou.
Conforme já noticiado pelo Conexão Política, a deputada afirma estar sofrendo preconceito por ser negra e da favela.
“É um desrespeito todos os dias. Sou mulher, sou negra, sou da favela, mas eu mereço respeito. […] Virei pária para o governo, para a direita, para a esquerda desta Casa que quer surfar nos louros da mídia que clama pelo meu sangue”, reclamou.