Após ter sido contestado publicamente pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente Jair Bolsonaro veio a público nesta terça-feira (8) para admitir que estava errado ao afirmar que a Corte havia dito que 50% das mortes atribuídas à Covid-19 não haviam sido causadas exclusivamente pela doença.
Ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã, o mandatário afirmou ter se equivocado ao falar em “tabela” — apesar de não ter usado esse termo na ocasião — e garantiu que estava se referindo a um acórdão do TCU. O documento mencionado, contudo, se limita a comentar acerca da possibilidade de uma supernotificação no país.
“O TCU está certo. Eu errei quando falei tabela. O certo é acórdão. O que acontece? Tem uma lei complementar do ano passado que diz que a distribuição de verbas do governo federal para estados leva-se em conta alguns critérios. O mais importante era a incidência de Covid. E o próprio TCU dizia o que? Que essa lei complementar poderia incentivar uma prática não desejável da supernotificação de Covid para aquele estado ter mais recurso”, declarou Bolsonaro.
O chefe do Executivo disse ainda que o governo federal “vai para cima” de estados para apurar possíveis supernotificações. Segundo ele, essa investigação deve ser chefiada pela Controladoria-Geral da União (CGU).
“Acho que agora está justificado o que foi falado ontem. A gente pode errar. E eu não tenho compromisso com o erro. Não tem problema nenhuma. Agora, nós vamos para cima agora, para exatamente apurar quais estados fizeram supernotificação em busca de mais dinheiro”, afirmou.