O pesquisador Anthony Fauci, atual chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, teve mais de 3.200 e-mails vazados pelo site Buzzfeed News.
Fauci é atualmente a mais importante autoridade norte-americana no combate à Covid-19. Nas mensagens, ele afirma que o uso de máscaras não é tão eficiente para conter o vírus.
“A máscara típica que você compra na farmácia não é realmente eficaz para impedir a entrada de vírus, que é pequena o suficiente para passar através do material. Ela pode, no entanto, fornecer um pequeno benefício em impedir a entrada de gotas grossas se alguém tossir em você”, escreveu o imunologista.
No mesmo texto, ele acrescenta que “as máscaras são realmente para as pessoas infectadas, para evitar que espalhem a infecção para pessoas que não estão infectadas, em vez de proteger as pessoas não infectadas de contraírem a infecção”.
A orientação dada pela Casa Branca no início da pandemia era de que máscaras deveriam ser usadas somente por pessoas infectadas e profissionais de saúde. Essa posição só foi alterada em 3 de abril de 2020.
Numa mensagem encaminhada a Fauci em abril, um executivo da EcoHealth Alliance, a organização que ajudou a financiar pesquisas no Instituto de Virologia de Wuhan, da China, agradeceu ao cientista dos EUA por declarar publicamente que as evidências sugerem que o coronavírus tenha uma origem natural e não uma criação de laboratório.
O agradecimento fez com que críticos apontassem um suposto relacionamento íntimo com as pessoas por trás da pesquisa do laboratório chinês.
Nesta última quinta-feira (3), durante entrevista à CNN, Fauci afirmou que o e-mail do executivo da EcoHealth Alliance foi mal interpretado. À emissora norte-americana, ele demonstrou estar arrependido sobre a mensagem em que ele minimiza a necessidade de usar máscaras.
“Então, é claro, se soubéssemos naquela época que uma quantidade substancial de transmissão ocorreu a partir de pessoas assintomáticas. Se soubéssemos que os dados mostram que máscaras fora de um ambiente hospitalar realmente funcionam, quando não sabíamos então. Se percebermos todas essas coisas naquela época, é claro [que mudaria a posição]”, justificou.