O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello depõe nesta quarta-feira (19) na CPI da Covid no Senado.
O Brasil, segundo ele, sempre manteve total diálogo com a farmacêutica Pfizer desde os primeiros contatos feitos com o Ministério da Saúde
De acordo com Pazuello, as cláusulas eram rígidas para adquirir vacinas contra a Covid-19. No entanto, mesmo com orientações contrárias de órgãos de controle, determinou a assinatura, em dezembro de 2020, de um memorando de entendimento com o laboratório.
“Nós respondemos inúmeras vezes à Pfizer. De agosto a setembro. Eu tenho todas as comunicações com a Pfizer. A resposta à Pfizer é uma negociação, que começa no momento da proposta e termina com a assinatura. A resposta sempre foi: ‘Sim, queremos comprar, é nosso interesse comprar da Pfizer, mas não posso comprar se não flexibilizar em tal medida, se facilitar a entrega’. Eu tenho documento e será encaminhado à CPI”, disse.
“Ativos brasileiros no exterior e/ou fundos, isenção completa da responsabilidade por efeitos colaterais, transferência do fórum para julgamento das ações para Nova York, pagamento adiantando, assinatura do presidente da república no contrato e não existir multa quando a atraso de entrega”, prosseguiu, frisando que as cláusulas do contrato com a farmacêutica eram ‘assustadoras’ e ‘complicadíssimas’.
Na sequência, o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), questionou o general da ativa do Exército Brasileiro a razão de não ter tomado a frente das tratativas.
“Eu sou decisor, não posso negociar com a empresa. Quem negocia é o administrativo, não o ministro. O senhor deveria saber disso. Eu retiro. O ministro não pode receber empresa, não pode fazer negociação com empresa. Eu recebo o presidente da Pfizer socialmente, mas a negociação é feita no nível da administração”, completou o ex-ministro.