Com um parlamentar importante dizendo que reconhece que a dúvida sobre vacina é “real e compreensível”, a Câmara da Flórida aprovou na quarta-feira (28) uma medida que limitará as ordens de emergência locais e tornará a ordem executiva do governador Ron DeSantis permanente, impedindo os “passaportes” da vacina para a covid-19.
Com votação de 76-40, a Câmara da Flórida chancelou o PL-2006, que o presidente do Comitê de Pandemias e Emergências Públicas, o republicano Tom Leek, disse que prepararia para o estado para a próxima emergência de saúde pública, ao mesmo tempo em que alcançaria um “equilíbrio delicado entre proteger as pessoas e proteger as liberdades civis das pessoas”.
“Temos vacinas, por algum milagre da ciência, que funcionam. Também devemos reconhecer que as vacinas COVID-19 não têm o mesmo histórico comprovado das mesmas vacinas que exigimos que nossos alunos recebam”, disse Leek.
“Devemos reconhecer que a hesitação vacinal é real e compreensível. Não me interpretem mal. Para todos vocês nesta sala, para todos vocês que estão ouvindo lá fora, sejam vacinados. Por favor, sejam vacinados. Vamos voltar ao normal. Mas reconheça que é justo para um determinado segmento de nossa comunidade hesitar em receber a vacina”, acrescentou.
O Senado aprovou o projeto na semana passada, mas a medida ainda precisa voltar novamente à Casa por conta das mudanças feitas pela Câmara.
LIBERDADES INDIVIDUAIS
O governador DeSantis, em 2 de abril, emitiu a ordem executiva proibindo os “passaportes” de covid-19. Segundo ele, a medida criaria “enormes” problemas de privacidade que poderiam resultar na entrega de informações médicas a uma “grande corporação”.
“É completamente inaceitável que o governo ou o setor privado imponham a você a exigência de que você mostre a prova da vacina para simplesmente ser capaz de participar da sociedade normal”, disse DeSantis, antes de assinar o decreto.
“Se você quiser ir ao cinema, você deveria mostrar isso? Não. Se você quiser ir a um jogo, não. Se você quiser ir a um parque temático, não. […] Considero que as pessoas têm certas liberdades e liberdades individuais para tomar decisões por si próprios”, declarou.
O projeto de lei proíbe empresas, escolas e entidades governamentais de exigir que os clientes mostrem documentação que certifique a vacinação contra o coronavírus ou recuperação pós-infecção.
O deputado republicano Mike Beltran afirmou que as pessoas vacinadas não devem se preocupar com o que os outros estão fazendo.
“Se você tomou a vacina, a vacina funciona e você vai ao restaurante, vai ao bar, vai à loja, vai ao evento esportivo, se você entra lá [com] outra pessoa que não tomou a vacina, por que você se importa?”, questionou.
Além de proibir os “passaportes”, a medida aprovada pelo Parlamento daria ao governador o poder de anular as ordens locais que estiverem determinadas a “restringir desnecessariamente os direitos ou liberdades individuais”.