A eficácia das vacinas chinesas contra o novo coronavírus é baixa e o governo do Partido Comunista está considerando misturar vários imunizantes, disse a autoridade máxima da Agência Chinesa de Controle de Doenças neste domingo (11).
As fórmulas chinesas “não têm taxas de proteção muito altas”, segundo o diretor do Centro Chinês de Controle de Doenças, Gao Fu, em uma conferência no sábado (10,) na cidade de Chengdu, sudoeste do país.
Vale lembrar que Pequim distribuiu centenas de milhões de doses a outros países.
“Agora está sendo considerado oficialmente se devemos usar vacinas diferentes de linhas técnicas diferentes para o processo de imunização”, declarou.
A China ainda não aprovou nenhuma vacina estrangeira para uso no país. Segundo o jornal South China Morning, “é a primeira vez que um cientista chinês discute publicamente a eficácia relativamente baixa das vacinas chinesas”.
Outra opção proposta, além de combinar as fórmulas, é modificar o intervalo entre as inoculações, acrescentar uma terceira dose ao programa de vacinação ou modificar a tecnologia utilizada.
As vacinas fabricadas por duas empresas farmacêuticas estatais, Sinovac e Sinopharm, já foram exportadas para 22 países, entre eles Brasil, Argentina, Chile, Peru, México, Turquia, Indonésia, Hungria e Turquia, segundo o Itamaraty.
Pesquisadores no Brasil concluíram que a eficácia da vacina Sinovac na prevenção de infecções sintomáticas foi de 50,4%, perto do limite de 50% em que os especialistas consideram uma vacina útil, embora o estudo tenha sido realizado com pessoal médico, mais exposto à doença do que a população geral.
ATUALIZAÇÃO
Depois de dizer que a eficácia das vacinas chinesas é baixa, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Gao Fu, recuou, e agora diz ter sido “mal interpretado” pela imprensa global.
Ele havia declarado que autoridades estão considerando misturar os imunizantes desenvolvidos no país com outras vacinas para tentar oferecer maior proteção contra a doença, conforme noticiado pelo Conexão Política.
Depois que jornais de todo o mundo noticiaram os comentários de Gao Fu, ele declarou que a interpretação havia sido um “mal-entendido”, segundo a publicação estatal chinesa Global Times.
* Matéria atualizada às 14h de 12/04/2021 para inserção do recuo da autoridade chinesa.