Em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV!, nesta quinta-feira (25), o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) admitiu que o presidente Jair Bolsonaro tem sido pressionado a exonerar o ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores.
Segundo Barros, o pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que mencionou estar acionando “sinal amarelo”, foi praticamente um pedido para a substituição do chanceler.
Na visão do parlamentar, o comando do Itamaraty no combate à pandemia de covid-19 é um grave problema que precisa ser enfrentado pelo chefe do Executivo.
“O deputado Arthur Lira tinha se manifestado já na reunião do Planalto diretamente ao ministro Ernesto Araújo. Na sua visão, China e Estados Unidos podem nos ajudar a antecipar a entrega de vacinas. Dentro da visão pragmática do deputado Arthur Lira, o governo tem que tomar medidas claras para ser ajudado na pandemia”, afirmou.
“Mas ele [Lira] colocou de uma forma ampla que espera que prefeitos, governadores e o governo federal tomem atitudes claras, bem específicas e que façam o sacrifício necessário para conseguir as melhores condições de combater a pandemia, mesmo que isso signifique trocar as peças que não são as mais indicadas para este momento e as relações que precisam ser estabelecidas. É o recado que eu entendi”, acrescentou Ricardo Barros.
O líder do governo ponderou que “quem nomeia ministro é o presidente, e o presidente tem a sua decisão a tomar”. “Ele [Bolsonaro] não deu nenhum sinal de que pudesse tocar o ministro. Mas o claro recado é esse”, declarou. “O objetivo de todos nós é ajudar no combate à pandemia. [A fala de Lira] Apenas reflete a ansiedade de todos os brasileiros para que haja uma direção harmônica no combate à covid-19. Para a sociedade, é muito confuso, é uma crise muito grande.”