A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) anunciou, na terça-feira (16), que recuperou dezenas de fragmentos de um pergaminho bíblico pela primeira vez em cerca de 60 anos, O resgate foi descrito como uma “operação arqueológica nacional complexa e desafiadora”.
Os fragmentos do Manuscrito do Mar Morto incluem partes do Livro dos 12 Profetas Menores da Bíblia, incluindo os livros de Zacarias e Naum.
“Eis o que devem fazer: Falem somente a verdade uns com os outros e julguem retamente em seus tribunais; não planejem no íntimo o mal contra o seu próximo e não queiram jurar com falsidade. Porque eu odeio todas essas coisas – declara o Senhor.” Essa passagem de Zacarias 8: 16-17 é um exemplo de um texto que foi encontrado.
Apesar de a maior parte do texto ser em Grego, o nome de Deus aparece na antiga escrita hebraica, conhecida desde os tempos do Primeiro Templo em Jerusalém.
Acredita-se que o pergaminho tenha ficado escondido lá durante a revolta judaica contra o Império Romano, há quase 1.900 anos.
Em uma enorme operação nacional para evitar saques, arqueólogos e voluntários resgataram os fragmentos da ‘Caverna do Horror‘ amarrando-os a cordas.
Desde 2017, o IAA, em cooperação com a Administração Civil na Judeia e Samaria e financiado pelo Ministério de Assuntos e Patrimônio de Jerusalém, tem examinado de forma proativa as cavernas para recuperar antiguidades do Deserto da Judeia.
“O objetivo desta iniciativa nacional é resgatar esses raros e importantes bens patrimoniais das garras dos ladrões”, disse o diretor da IAA, Israel Hasson, que lançou a operação nacional.
Hasson disse que os fragmentos de pergaminho são uma ‘chamada de alerta para o Estado’, de que ele deve alocar recursos para concluir ‘esta operação historicamente importante’. Ele disse que eles precisam garantir que todos os dados sejam descobertos e recuperados antes que os ladrões os encontrem.
“A equipe do deserto mostrou coragem excepcional, dedicação e devoção ao propósito, descendo de rapel até cavernas localizadas entre o céu e a terra, cavando e vasculhando-as, suportando uma poeira espessa e sufocante e retornando com presentes de valor incomensurável para a humanidade”, disse Hasson em um comunicado.
Os arqueólogos também descobriram um tesouro de moedas da época da revolta judaica de Bar Kokhba; um esqueleto parcialmente mumificado de uma criança de 6.000 anos e uma cesta bem preservada de talvez por volta de 10.000 anos, que pode ser a cesta intacta mais antiga do mundo.
Cerca de 80 quilômetros de cavernas foram pesquisados até agora usando drones, técnicas de rapel e equipamento de escalada, disse o IAA. Escavações arqueológicas foram realizadas em certas cavernas, incluindo aspectos zoológicos e biológicos.
Dezenas de jovens e outros jovens em programas pré-militares participaram das escavações arqueológicas.
Os Manuscritos do Mar Morto, descobertos pela primeira vez há mais de 70 anos, são as cópias mais antigas conhecidas da Bíblia. As condições climáticas dentro das cavernas preservaram os objetos antigos e preciosos, que sempre foram alvos de saqueadores.
Já no final da década de 1940, eles estavam cientes da “herança cultural remanescente da antiga população da Terra de Israel com as primeiras descobertas dos Manuscritos do Mar Morto”, disse Hananya Hizmi, Oficial Chefe do Departamento de Arqueologia da Administração Civil em Judeia e Samaria, em um comunicado.
“Agora, nesta operação nacional, que continua o trabalho de projetos anteriores, novas descobertas e evidências foram descobertas e desenterradas que lançam ainda mais luz sobre os diferentes períodos e culturas da região”, completou Hizmi.
Assista ao vídeo da operação arriscada de arqueólogos e voluntários para resgatar os fragmentos do pergaminho bíblico da ‘Caverna do Horror’.