O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai mesmo deixar o partido Democratas.
Maia está disposto a fazer oposição ferrenha ao presidente Jair Bolsonaro.
Após não conseguir emplacar o candidato dele na eleição à presidência da Câmara, o parlamentar está cada vez mais isolado.
Segundo ele, o DEM está voltando a ser “direita ou extrema-direita”.
“O partido voltou ao que era na década de 1980, para antes da redemocratização, quando o presidente do partido aceita inclusive apoiar o Bolsonaro. O DEM decidiu majoritariamente por um caminho, voltando a ser de direita ou extrema-direita, que é ser um aliado de Bolsonaro”, disse Maia, em entrevista ao Valor Econômico.
O pedido de desfiliação do partido será protocolado até terça-feira (9), assegurou o ex-presidente da Câmara.
“Vou pedir minha saída no TSE […]. Hoje posso dizer que sou oposição ao presidente Bolsonaro. Quando era presidente da Câmara, não podia dizer. Mas agora quero um partido que eu possa dormir tranquilo de que não apoiará [o presidente]. Não quero participar de um projeto que respalda todos os atos antidemocráticos”, acrescentou.
Rodrigo Maia decidiu abandonar o DEM após parlamentares do próprio partido aderirem à candidatura de Arthur Lira (PP-AL), e não ao candidato dele, Baleia Rossi (MDB-SP).
A partir de agora, Maia busca alianças na oposição e segue cogitando o partido que ele deve se filiar nos próximos dias.