O ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pede aos americanos e seus aliados para levarem a sério a ameaça representada pelo governo do Partido Comunista Chinês, alertando que ele se infiltrou em conselhos escolares, conselhos municipais e até no Congresso dos EUA.
“O Partido Comunista Chinês não apenas destruiu milhões de empregos americanos, mas também está atrás dos portões. Eles estão fazendo lobby contra os membros do Congresso. Eles estão trabalhando em nossos conselhos escolares e conselhos municipais para tentar mudar nosso modo de vida. Nós, junto com nossos aliados, devemos levar a sério a ameaça da China”, escreveu Pompeo no Twitter, na quarta-feira (3).
Not only has the CCP destroyed millions of American jobs, but they’re behind the gates. They’re lobbying members of Congress. They’re working our school boards and city councils to try and change our way of life.
We, along with our allies, must take the China threat seriously.
— Mike Pompeo (@mikepompeo) February 3, 2021
Na terça-feira (2), Pompeo se juntou ao apresentador da rádio Fox News, Brian Kilmeade, para expandir sua discussão sobre as ameaças apresentadas pelo governo comunista chinês. Durante a entrevista, Pompeo disse novamente que o PCC está “dentro dos portões aqui nos Estados Unidos”.
“Eles destruíram milhões e milhões de empregos, estão fazendo lobby contra os membros do Congresso”, disse Pompeo. “Vimos isso com o congressista [Eric] Swalwell”, acrescentou ele, referindo-se a um relatório que aponta a relação do democrata californiano Swalwell com uma espiã chinesa, que arrecadou fundos para a campanha do congressista em 2014 e também ajudou a colocar “estagiários” em seu gabinete.
Pompeo disse que a infiltração em instituições públicas chegou ao nível local.
“Eles estão trabalhando em nossos conselhos escolares e conselhos municipais para mudar nosso modo de vida aqui nos Estados Unidos”, disse Pompeo.
Em outubro, a então porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, disse que o PCC estava “prestando atenção” na política dos EUA, mesmo em nível local e que “eles estão te avaliando de certa forma, para te usarem.”
Durante seus comentários na terça-feira, Pompeo também mencionou sobre um recente acordo comercial entre a União Europeia e a China como outro exemplo da influência do PCC. Ele disse que o acordo é apenas mais um exemplo de “uma região que não avalia o risco de uma forma que proteja seus próprios cidadãos”.
Durante a entrevista, Brian Kilmeade trouxe à tona um comentário recente da chanceler alemã, Angela Merkel, de que a UE não deveria se juntar nema aos EUA, nem à China. Kilmeade disse: “Eles não conseguem escolher um vencedor entre os EUA e a China? São esses os nossos aliados? Estou esquecendo de algo, alguma nuance?”
“Brian, não há muitas nuances no que a chanceler Merkel disse lá”, respondeu Pompeo. “Você sabe que havia uma história que a mídia divulgou nos últimos quatro anos, de que os desafios com a Europa eram por causa do presidente Trump ou Mike Pompeo, porque não os apreciamos o suficiente, porque não gostávamos deles o suficiente. A verdade é que você pode ver pela chanceler Merkel agora durante o governo Biden, eles não conseguem enxergar que o Partido Comunista Chinês tem como objetivo destruir a civilização no ocidente da maneira que temos entendido nos últimos 50 anos e que os Estados Unidos estão tentando tornar o mundo um lugar melhor, que somos uma força do bem no mundo”.
“Não se trata de escolher entre nós, mas de escolher o tipo de vida que você quer ter para seus filhos e netos”, acrescentou. “E espero que todos os países, incluindo todos os países da Europa, reconheçam que construir com os Estados Unidos é a solução certa e que temos que enfrentar o desafio do Partido Comunista Chinês. Se não o fizermos, o mundo parecerá muito diferente daqui a dez, vinte e trinta anos.”
Pompeo também apontou para a saúde global e as consequências econômicas da crise causada pela pandemia de covid-19, na qual ele disse que o governo comunista chinês teve um papel importante.
Pompeo disse: “Alguém tem que ser responsabilizado e nós conhecemos a parte agora, este é na verdade o vírus de Wuhan, há evidências crescentes de que ele de fato veio do laboratório, embora não saibamos disso com certeza”, referindo-se ao Instituto de Virologia de Wuhan. Em 15 de janeiro, o Departamento de Estado dos EUA divulgou um comunicado detalhando possíveis ligações entre o laboratório de Wuhan e o surto de covid-19.
Pompeo disse que, embora as conexões entre o laboratório de Wuhan e o surto de covid-19 não sejam definitivas, “sabemos com certeza sobre os jornalistas ‘desaparecidos’ [por ações] do Partido Comunista Chinês, sabemos que eles esconderam médicos que tinham informações, sabemos que eles não contaram ao mundo e à Organização Mundial de Saúde [OMS] a verdade e que eles a corromperam; e isso é trágico para o mundo.”