A viagem de Alex Saab aos Estados Unidos se aproxima cada vez mais de uma resolução final desfavorável para Maduro.
O Tribunal de Recursos de Barlavento de Cabo Verde decidiu na segunda-feira (4) dar ‘sinal verde’ à extradição para os Estados Unidos do empresário colombiano Alex Saab, o principal operador financeiro do ditador venezuelano Nicolás Maduro, informou a própria defesa de Saab, segundo a EFE.
Embora a decisão possa ser apelada novamente à Suprema Corte, presume-se que a extradição de Saab será finalmente aprovada mais cedo ou mais tarde, disseram fontes federais em Miami ao First Report.
O caso foi atrasado em grande parte devido à tática jurídica empregada pela defesa de Saab, desde que o ex-magistrado espanhol Baltasar Garzón se juntou à equipe jurídica.
Entre as táticas estava a abertura de processo no tribunal da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedao), no dia 2 de dezembro, que ordenou a prisão domiciliar de Saab, medida que não foi atendida pelo juiz de Cabo Verde.
Os advogados de defesa anteciparam que planejam apelar da decisão ao Supremo Tribunal de Justiça “da maneira mais forte possível”.
O empresário colombiano foi acusado de usar várias empresas, incluindo a Group Grand Limited (GGL), para fornecer alimentos superfaturados ao programa de ajuda alimentar do regime de Maduro, conhecido como Clap Boxes.
Saab também é acusado de controlar uma vasta rede financeira para lavar cerca de US $ 350 milhões por meio do controle cambial venezuelano, junto a figuras de alto escalão do regime socialista na Venezuela, incluindo três dos enteados de Maduro.
Segundo fontes federais, Saab inicialmente concordou em cooperar com as autoridades americanas para obter vantagens em uma negociação para redução de sua pena, mas após pressão do regime madurista, ele assumiu uma postura de endurecimento, passando a denunciar supostas ‘torturas’ que não foram constatadas.
Enquanto isso, os EUA aumentaram a pressão para chegar a uma resolução final para a extradição, aumentando as medidas de segurança em torno da Saab e fornecendo informações sobre as supostas ações do regime socialista de Maduro para “comprar” a liberdade do empresário colombiano com ouro venezuelano.
De acordo com o jornal colombiano El Tiempo, uma fonte cabo-verdiana disse que o processo vai agora estar no Supremo Tribunal – que já o tinha anteriormente estudado – para que possa rever os ajustamentos solicitados e decidir o mérito.
“Isso pode acontecer nos próximos 15 dias”, explicou a fonte ao jornal colombiano.
Se ratificado, Alex Saab será extraditado para Miami.
A extradição de Alex Saab é talvez a pior notícia que o regime socialista de Nicolás Maduro pode receber no início de 2021.
O Governo Trump confirmou que Alex Saab é a chave para desvendar os acordos entre o regime socialista de Nicolás Maduro com o Irã. Washington também acreditam que Saab possui informações importantes sobre os acordos com a Turquia e a Rússia, que são sensíveis para a segurança do hemisfério.
Planos de fuga
A decisão do Tribunal de Recurso do Barlavento, em Cabo Verde, surge após relatos de planos do o líder chavista para libertar Saab.
Uma reportagem do The New York Times detalhou que Saab seria resgatado por um grupo iraniano-venezuelano de sua prisão em Cabo Verde.
A ideia era levar para outro país africano ou diretamente para a Venezuela. No entanto, os navios mísseis dos Estados Unidos, juntamente aos aliados europeus em terras cabo-verdianas, impediram o sucesso da missão.
Esta aliança foi fundamental para detectar um avião iraniano ao qual Cabo Verde negou autorização de permanência.
O jornal El Tiempo detalhou que informações não confirmadas dizem que a aeronave partiu para a Venezuela, sem Alex Saab.