Autoridades espanholas estão investigando a presença de um avião usado pelo general rebelde líbio, Khalifa Haftar, para obter ouro da Venezuela, que estava no aeroporto de La Coruña há 15 dias.
O avião P4-RMA é usado pelo general Khalifa Haftar para viajar à Venezuela e negociar com Nicolás Maduro, ouro venezuelano em troca de dinheiro.
O general rebelde líbio negociou, segundo a imprensa internacional e a oposição venezuelana, ouro venezuelano em troca de petróleo ou dinheiro para dar oxigênio à fraca liquidez do regime socialista de Nicolás Maduro.
Segundo informações do Ok Diario, o avião P4-RMA fez uma longa viagem em que se cruzaram cinco personagens, dois aviões e vários voos suspeitos. A aeronave vinda da Líbia pousou em 9 de dezembro no aeroporto de La Coruña, na Espanha. O voo chegou com 5 pessoas a bordo e ficou mais de 24 horas lá; e na noite do dia 10, voltou para a Líbia com apenas 3 de seus passageiros.
What’s #Haftar’s #P4RMA doing in Coruña, #Spain on 9Dec? Then landing last night at Aéroport Intl de Conakry, #Guinea
Note “last position” & screenshots were at 09:30UTC 10Dec & 08:09UTC 11Dec, respectively.#OilAndGas #Libya #Libyaoil #MENA #حفتر #ليبياhttps://t.co/1TZVVHkdcE pic.twitter.com/TZqN1DNGaF
— The New Libya Report (@NewLibyaReport) December 11, 2020
Duas das cinco pessoas que chegaram da Líbia ficaram em La Coruña e no dia 11 voaram para a a capital da Guiné, Conakry, em um avião com a matrícula EC-KUM. Essas duas pessoas, que chegaram da Líbia no avião do general Haftar, ficaram em Conakry e o avião voltou para La Coruña sem passageiros.
Este avião foi usado várias vezes pelo general rebelde líbio para voar para a Venezuela, precisamente via Conakry, em Guiné, na África. Lá, ele se reuniu com Nicolás Maduro para lhe oferecer petróleo ou dinheiro em troca de ouro das reservas venezuelanas, que o regime socialista venezuelano está vendendo para obter recursos.
General Khalifa Haftar
Haftar se levantou contra o governo oficial da Líbia de Trípoli, reconhecido pela ONU, a maioria da comunidade internacional e pela Espanha. O general rebelde líbio domina o leste da Líbia e estabeleceu alianças com as tribos do sul que controlam os campos de petróleo El Sharara e El Fil.
Ou seja, Haftar domina grande parte da produção de petróleo da Líbia e, sobretudo, os portos de exportação. Ele tem, acima de tudo, o apoio da Rússia e enfrenta a Turquia, que apoia o governo de Trípoli.
Para sua ofensiva fracassada no ano passado em Trípoli, ele contou com a ajuda de mercenários russos enviados por Moscou.
A mídia internacional identificou o avião P4-RMA, o mesmo que estava em La Coruña, como um dos dispositivos usados para transportar mercenários russos para a Líbia.
Os Emirados Árabes Unidos e a França – que tem enormes interesses comerciais e energéticos – usam Haftar há anos, basicamente para limpar o país de terroristas islâmicos.
A Al Qaeda tinha milhares de homens armados na Líbia e Haftar, à frente do Exército Nacional da Líbia (LNA), fez o “trabalho sujo” de eliminá-los.
Passageiros do voo do P4-RMA
Questionada sobre o vôo, sua tripulação e as atividades que realizaram em solo espanhol durante as horas em que estiveram em La Coruña, a empresa Sky Valet decidiu não responder.
Os meios de comunicação espanhóis insistiram em saber o que os passageiros fizeram, se levantaram voo e se as instalações que a Sky Valet possui no aeroporto de La Coruña são uma zona internacional ou território espanhol. Mas a empresa se recusou a responder.
Po euquanto, não foi possível saber o que aquelas cinco pessoas fizeram no aeroporto por mais de 24 horas, onde passaram o dia, se descarregaram algo do avião ou transferiram alguma carga para o outro avião com o qual duas delas viajaram no dia 11 para a Guiné, informou o Ok Diario.
“Tudo soa muito estranho e obscuro. Nesse tipo de voo particular, tudo pode ir dentro do avião e não é fácil controlá-lo”, disseram autoridades que solicitaram o anonimato ao jornal.