Dois terços dos profissionais de saúde não querem tomar a vacina contra covid-19 ou estão em dúvida, segundo uma pesquisa realizada na Holanda entre cerca de 3.700 membros da organização profissional de enfermeiras e cuidadores, NU’91.
A pesquisa revela que 33% dos profissionais de saúde indicam que não querem ser vacinados e quase a mesma quantidade ainda não sabe. Apenas 36% dos profissionais de saúde desejam ser vacinados contra o vírus chinês o mais rápido possível.
Os cuidadores, juntamente aos idosos e vulneráveis, pertencem ao grupo que o governo holandês quer priorizar na vacinação. O grupo de profissionais de saúde que tem dúvidas sobre tomar ou não a vacina acredita que ainda há muita incerteza sobre a vacina, diz a pesquisa da NU’91.
Entre as preocupações apontadas estão os efeitos a longo prazo da vacina na saúde e a velocidade com que as vacinas foram produzidas. De acordo com a pesquisa, também há preocupações com uma possível obrigatoriedade da vacinação.
“Entendo que as pessoas sejam cautelosas quanto à vacina contra o coronavírus”, disse Stella Salden, presidente da NU’91. “Muitos detalhes sobre a vacina ainda não são conhecidos. Mas empregadores aumentarem a pressão sobre os profissionais de saúde – por exemplo, ameaçando demiti-los se você não for vacinado – só funciona negativamente. Estamos até recebendo sinais de que os profissionais de saúde querem deixar seus empregos se forem forçados a se vacinar. Por causa da obrigatoriedade, eles se sentiriam totalmente não levados a sério.”
“Os profissionais de saúde precisam de informações boas e neutras para que eles mesmos possam tomar uma decisão ponderada”, disse Salden. “Isso só é possível com a transmissão correta das informações. Sem exercer pressão.”
De acordo com a organização profissional NU’91, podem ser observadas diferenças consideráveis nos setores da saúde no que diz respeito à aceitação da vacinação. Segundo a pesquisa, apenas 44% dos funcionários de hospitais disseram que aceitam a vacina. O número é ainda menor entre os funcionários em lares de idosos, com apenas 25%, e entre cuidadores domiciliares, com 31%.