O governo japonês planeja desenvolver um míssil de cruzeiro de longo alcance que pode atacar além do alcance das armas inimigas, revelou o jornal The Yomiuri Shimbun. A mudança faz parte de uma nova política de defesa antimísseis a ser traçada até o final deste ano, segundo a qual o governo vai melhorar o míssil superfície-navio Tipo 12 para que ele possa ser lançado de navios e aeronaves navais e atacar alvos terrestres.
O Gabinete do governo aprovará o plano já nesta semana. O míssil Type 12 tem um alcance de mais de 100 quilômetros. O novo míssil deve ter um alcance de várias centenas de quilômetros, de acordo com fontes. O objetivo é fornecer um certo nível de capacidades furtivas. Acredita-se que o míssil possa ser usado para atacar bases inimigas no futuro.
O Ministério da Defesa destinará ¥ 33,5 bilhões (ca. 1,6 bilhões de reais) no orçamento do próximo ano fiscal para despesas relacionadas. O ministério pretende concluir o desenvolvimento em cinco anos, fazendo melhorias no Tipo 12, como aumentar o tamanho e adicionar asas. O Ministério da Defesa também planeja introduzir mísseis standoff fabricados nos EUA, como o míssil ar-solo JASSM, com um alcance de cerca de 900 quilômetros, para serem montados em caças F-15, em resposta às capacidades aprimoradas de ataque com mísseis da China e outros países.
O governo do Japão pretende aumentar a dissuasão através do desenvolvimento de um míssil de cruzeiro que pode ser lançado de navios terrestres e navais. No entanto, desistiu dos planos de traçar uma política até o final do ano para a aquisição de equipamentos para atacar as bases inimigas. As discussões devem continuar no próximo ano.
O desenvolvimento do novo míssil de cruzeiro é visto como uma tentativa de fortalecer sua capacidade em antecipação a futuras mudanças de política. O governo japonês também está considerando a instalação de mísseis antiaéreos multifuncionais SM-6 nos dois navios equipados com Aegis, que substituirão o plano abandonado para o sistema interceptor Aegis Ashore baseado em terra.
Com o plano abandonado, o sistema só seria capaz de interceptar mísseis balísticos. O SM-6, que é capaz de interceptar mísseis de cruzeiro inimigos, aumentaria as capacidades das Forças de Autodefesa japonesas.
O Japão planeja alocar cerca de ¥ 2 bilhões (ca. 9,7 milhões de reais) no orçamento do próximo ano fiscal para pesquisa e outras despesas para determinar as funções e equipamentos específicos dos dois navios equipados com Aegis. O Gabinete do governo também deverá aprovar uma revisão de partes relevantes das Diretrizes do Programa de Defesa Nacional e do Programa de Defesa de Médio Prazo.