A Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução instando a Rússia a encerrar sua “ocupação temporária” da Crimeia e a parar imediatamente de transferir armas para a Ucrânia.
A resolução não-vinculativa “insta a Federação Russa, como potência ocupante, a retirar imediata, completa e incondicionalmente suas forças militares da Crimeia e a encerrar sem demora sua ocupação temporária do território da Ucrânia”.
A resolução também exorta a Rússia a interromper a transferência de sistemas de armas avançados, incluindo aeronaves e mísseis com capacidade nuclear, armas, munições e pessoal militar “para o território da Ucrânia”.
A resolução foi apoiada por 63 países em uma votação em 7 de dezembro; 17 países votaram contra e 62 se abstiveram, incluindo o Brasil.
A resolução foi apresentada por 40 países, incluindo Grã-Bretanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Turquia e os estados bálticos.
Os 17 países que votaram contra foram Rússia, Armênia, Bielorrússia, Camboja, China, Cuba, Coreia do Norte, Irã, Quirguistão, Laos, Mianmar, Nicarágua, Sérvia, Sudão, Síria, Venezuela e Zimbábue.
#UNGA passes recurring Res on demilitarization of #Crimea with ✅63, ❌17, 🅰️62
EU27 voted in favour with strong support for #Ukraine's territorial integrity & concerns about #Russia's military activities on the illegally annexed territory.
🇪🇺Statement: https://t.co/hMTxHGGcHX pic.twitter.com/CS7hi4g5f4
— 🇪🇺EU at UN-NY (@EUatUN) December 7, 2020
A Assembleia Geral aprovou outras resoluções sobre a militarização da Península da Crimeia pela Rússia e, há um ano, aprovou uma resolução que visa a proteção dos direitos humanos na Crimeia.
A vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Emine Dzheppar, discursou na semana passada em um evento virtual da Assembleia Geral da ONU sobre a militarização da Crimeia, citando “ameaças significativas devido à crescente presença militar da Rússia como potência ocupante na península da Crimeia”.
Moscou invadiu e tomou a Península da Crimeia da Ucrânia em março de 2014, um movimento que levou a União Europeia, os Estados Unidos e outros países a impor sanções à Rússia. A Rússia também está apoiando os separatistas no leste da Ucrânia, em um conflito que matou mais de 13.200 pessoas desde abril de 2014.
As tensões entre a Rússia e os países ocidentais sobre o conflito continuam.
O vice-secretário de Estado dos EUA, Stephen Biegun, usou na semana passada uma reunião da ONU para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para criticar a Rússia por violar a soberania e integridade territorial dos Estados membros.
“A violação mais flagrante de soberania e integridade territorial dentro da área da OSCE continua sendo a agressão contínua da Rússia no leste da Ucrânia e a ocupação da Crimeia”, disse Biegun na reunião da OSCE, realizada por teleconferência.