O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, saiu em defesa da cantora e evangelista Ana Paula Valadão.
Líder e fundadora da banda cristã Diante do Trono, Ana Paula é considerada o principal nome do segmento evangélico no país.
Em setembro, a Aliança Nacional LGBTI+ divulgou uma nota de repúdio às declarações da cantora sobre o público homossexual.
O vídeo ocorreu em 2016, mas foi ‘ressuscitado’ este ano, durante a quarentena.
“O discurso de Ana Paula beira ao absurdo, extrapolando a liberdade religiosa e de expressão, tornando-se um discurso odioso, fanático e amplamente desproposital, com consequências potencialmente desastrosas, principalmente para quem a segue”, disse na nota Toni Reis, diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+.
Ana Paula Valadão foi processada por crime de LGBTfobia.
Alvo da esquerda
Em 2018, a líder do Diante do Trono foi alvo de políticos e ativista de esquerda por declarar apoio ao então deputado federal Jair Bolsonaro.
Por meio das redes sociais, Ana disse que era o momento do Brasil se unir para lutar pelo fim da corrupção.
“Nas mãos do PT, o nosso país enfrentou o seu pior desastre. Nossa economia, nossa política. […] Precisamos fazer com que o nosso voto valha contra a corrupção, contra a perpetuação desse esquema terrível. [….] Você precisa lutar contra a corrupção, contra a perpetuação do PT. […] Bolsonaro é o único candidato que se nos unirmos de vez, a gente tira o PT”, disse a cantora gospel, em 28 de setembro de 2018.
Após a declaração, políticos e ativistas de esquerda passaram a condenar a fala de Ana Paula Valadão, acusando a cantora de usar a posição de influência para orientar o voto cristão.
Ministro da Justiça em defesa de Ana Paula
Diante do avanço dos ativistas, André Mendonça defendeu a evangelista e destacou que “o próprio STF assim reconheceu [que] os direitos às liberdades de expressão e religiosa são inalienáveis”.
Ainda na nota, Mendonça frisa que não aceita “o processo de perseguição a que está sendo submetida” a Ana Paula Valadão.
Por fim, disse esperar “que a Justiça garanta os direitos desta cidadã brasileira, assim como tem garantido os direitos à liberdade de expressão de quem pensa em sentido contrário”.
Leia a nota na íntegra:
“Respeito os homossexuais. Aliás, respeito é um princípio cristão! Contudo, isso não significa que o cristão deva concordar ou não possa questionar o homossexualismo com base em suas convicções religiosas. O próprio STF assim reconheceu. Os direitos às liberdades de expressão e religiosa são inalienáveis!!! Por isso não aceito o processo de perseguição a que está sendo submetida a cantora e evangelista Ana Paula Valadão. Espero que a Justiça garanta os direitos desta cidadã brasileira, assim como tem garantido os direitos à liberdade de expressão de quem pensa em sentido contrário.”