Vários ‘Testemunhas de Jeová’ foram condenados na Rússia por pertencerem a um grupo religioso que Moscou rotulou de ‘extremista’ e baniu no país. Um tribunal da cidade siberiana de Omsk, em 30 de novembro, sentenciou Sergei Polyakov, de 48 anos, a três anos de prisão após considerá-lo culpado de “organizar as atividades de um grupo extremista”.
A esposa de Polyakov, Anastasia Polyakova, e duas outras Testemunhas de Jeová, Dinara Dyusekeyeva e Gaukhar Bektemirova, foram condenadas por “participar das atividades de um grupo extremista” e receberam penas suspensas de dois anos cada.
O advogado deles, Dmitry Kolobov, disse à Radio Free Asia (RFA), após as sentenças serem pronunciadas, que todos os condenados apelarão das decisões do tribunal. Os quatro foram a julgamento há mais de um ano, em meio à repressão das autoridades russas ao grupo religioso que foi oficialmente rotulado como extremista e proibido no país em 2017.
Na semana passada, o Comitê Investigativo da Rússia disse que prendeu várias Testemunhas de Jeová e fez buscas em suas casas em todo o país.
Por décadas, as Testemunhas de Jeová foram vistas com suspeita na Rússia, onde a Igreja Ortodoxa dominante é defendida pelo presidente Vladimir Putin.
O grupo cristão é conhecido por pregar de porta em porta, estudo bíblico rigoroso, rejeição ao serviço militar e não celebrar feriados nacionais e religiosos ou aniversários.
Desde que a fé foi proscrita na Rússia, várias Testemunhas de Jeová foram presas na Rússia e na península da Crimeia ucraniana, que foi invadida e anexada à Rússia.
Em setembro de 2019, os EUA proibiram dois oficiais regionais de alto escalão do Comitê Investigativo da Rússia de entrar nos Estados Unidos devido à alegada tortura de sete detidos que são Testemunhas de Jeová.
O ‘Memorial Human Rights Center’ (Centro Memorial de Direitos Humanos), com sede em Moscou, reconheceu dezenas de Testemunhas de Jeová que foram acusadas ou condenadas por ‘extremismo’ como prisioneiros políticos.