Os países mais poderosos do mundo aderiram a uma iniciativa chamada ‘Clean Network’ (Rede Limpa), liderada pelos Estados Unidos, para garantir o uso de provedores confiáveis para suas redes 5G.
“O Brasil se tornou o 50º membro da ‘Clean Network’, seguido pelo Equador e pela República Dominicana, e a Jamaica está a caminho”, disse o subsecretário do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach.
“Em apenas seis meses, a aliança de democracias Clean Network cresceu para 53 nações fortes e é responsável por dois terços do produto interno global do mundo”, diz um comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
A Clean Network busca remover provedores 5G “como Huawei e ZTE, que cumprem as diretrizes do Partido Comunista Chinês”.
Keith Krach viajou recentemente para a América Latina para recrutar aliados e expandir a aliança Clean Network.
Brasil
No Brasil, a maioria dos empresários disse ‘sim’ à Rede Limpa.
Para Agusto Lins, Presidente da empresa brasileira de tecnologia financeira Stone, a Clean Network é importante, pois pode combater o cibercrime, o vazamento de dados e a lavagem de dinheiro. Ele acredita que também é importante atrair investimentos para novos produtos e serviços de valor agregado que demandem soluções inovadoras.
“Uma rede é tão forte quanto seu elo mais fraco”, disse Lins.
A Siemens Brasil disse ser a favor de uma rede 5G limpa porque “não se trata apenas de telefones móveis; trata-se de processos críticos de manufatura, plataformas de petróleo e gás, redes de energia, sistemas de saneamento e a Internet das Coisas.
Para a Siemens Brasil, a Clean Network ajudará a garantir que a infraestrutura crítica da gigante sul-americana (sistemas de energia, transporte e saneamento) seja segura e confiável.
“A Clean Network nos ajudará a nos tornar uma plataforma de exportação confiável, expandindo o mercado brasileiro de 200 milhões de consumidores para potencialmente 500 milhões de consumidores”, disse a empresa.
Equador
No Equador, o subsecretário do Departamento de Estado dos EUA se reuniu com o Presidente Lenin Moreno para discutir medidas para aumentar os investimentos do setor privado dos Estados Unidos no país.
“O Equador também reiterou seu compromisso de unir esforços na busca por uma Internet global aberta e segura, baseada nos valores democráticos e no respeito aos direitos humanos”, disse o Ministro das Telecomunicações, Andrés Michelena.
“O Equador apoia os princípios da iniciativa Clean Network”, disse Michelena.
Krach também discutiu a segurança da rede com representantes de operadoras de telecomunicações móveis equatorianas.
República Dominicana
Na República Dominicana, Krach formou alianças com o governo do recém-eleito Presidente, Luis Abinader.
“A Clean Network oferece aos países e empresas uma base confiável para garantir a segurança de suas informações mais sensíveis”, disse o chanceler Roberto Álvarez em um comunicado.
Chile e Panamá
Krach também visitou o Chile e disse que seu governo “está se aproximando de uma decisão da Clean Network” e os líderes do setor privado do Chile entendem a importância de garantir a infraestrutura 5G para proteger suas indústrias e clientes.
No Panamá, Krach se encontrou com o Ministro das Relações Exteriores, Alejandro Ferrer, e outros altos funcionários das Finanças, Segurança e Telecomunicações.
“O Panamá se posicionou como um centro de inovação na América Central”, acrescentou Krach.
Lançado há apenas 6 meses, “parecia que era tarde demais para evitar que a Huawei do Partido Comunista Chinês se integrasse profundamente à próxima geração de telecomunicações globais”, disse Krach em entrevista coletiva na quarta-feira (25).
“Uma das empresas mais importantes do gigante asiático é a Huawei, que nessa época já tinha 91 contratos comerciais em todo o mundo, incluindo 47 na Europa”, disse Krach.
Aliados da OTAN
Atualmente, 27 dos 30 aliados da OTAN fazem parte da Clean Network, 26 dos 27 membros da União Europeia e 31 das 37 nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aderiram à internet.
Países com experiência em tecnologia, como Japão, Israel, Austrália, Cingapura, Taiwan, Canadá, Vietnã e Índia também aderiram à iniciativa.
Além disso, “a Clean Network inclui 180 provedores de serviços de telecomunicações (telcos) e muitas empresas líderes de tecnologia, como Oracle, HP, Reliance Jio, NEC, Fujitsu, Cisco, Siemens, Softbank e VMware”, disse Krach.
Como resultado, os 90 negócios da Huawei foram reduzidos para apenas 12 fora da China. Isso mostrou que a China Inc. pode ser derrotada e, no processo, expôs sua maior fraqueza, que é a confiança”, concluiu Krach.