Uma das consequências mais nefastas da desvalorização deliberada dos valores cristãos e da tentativa da destruição das famílias, ocorrida nos últimos anos no Brasil e no mundo, foi o surgimento de uma geração de indivíduos que se comportam segundo o que convencionei chamar de uma continuada “folia de egos”. Ou seja, de pessoas extremamente egocêntricas, que bestializaram o viver, pois de tudo acham graça ou fazem piadinhas, uma vez que vivem dissociados da realidade, de modo irresponsável, não levando a sério nem a si mesmos, nem aos demais, sem se importar com as consequências de seus atos, palavras e omissões. E que se sentem extremamente incomodados, ofendidos, se e quando são cobrados quanto à necessidade de mudança de postura.
São indivíduos de 30 anos ou mais, que se comportam como adolescentes em pleno carnaval. Um carnaval permanente, sem fim, cujos exageros expiatórios são renovados cotidianamente. O viver é motivado tão-somente pelo prazer imediato, não havendo outros horizontes e nem expectativas para dar significado à existência destes pobres seres.
Mulheres deste grupo reclamam que homens não desejam relacionamentos duradouros, que tudo o que se lhes oferece é efêmero, que não há compromissos, nem reciprocidades, que são tratadas como descartáveis… E mais, quando engravidam, esbravejam porque os pais da futura criança não se dispõem a cumprir o papel e os deveres paternos. O motivo é simples, mas mesmo assim não parece estar ao alcance da compreensão dessa geração: a concepção responsável de um filho pressupõe a consciência de que este deve ser cuidado, amado e defendido incondicionalmente das ameaças do mundo, até que possa ser capaz de exercer a autodefesa. Ora, como obter isto se trazer um filho ao mundo não estava nos objetivos daquele encontro, por vezes furtivo, “rapidinho”?
Não raro, diante deste cenário, a solução encontrada é abortar. A origem dos “problemas”, a partir de algum esforço reflexivo acerca do viver e de seus significados, não está no ato sexual desprovido de cuidados contraceptivos, mas na forma de posicionar-se diante da vida. Infelizmente, a reprodução deste padrão de comportamento e a incessante e crescente busca pela “normalização” da banalização do viver e da ausência do reconhecimento do valor intrínseco, inerente a cada ser humano, levaram esses jovens a ser o que costumo chamar de “geração de desencontrados”.
Desta combinação de egos absurda e artificialmente inflados, pois quando postos a prova não se sustentam, quer em conhecimentos, quer em argumentos e desencontrados consigo mesmos, com o seu semelhante, inclusive aqueles mais próximos, a sua família nuclear e as famílias que vierem a constituir, assim como em relação a um Ser Supremo resulta uma sociedade sem horizontes dignos, sem projeto comum, de esforço de caráter coletivo, que transforme as populações de um mesmo território em nação.
É exatamente isto o que estamos vendo em relação a diversos países de todo o mundo. Ao abandonarem os princípios e os valores que os constituíram ao longo dos anos. Estão a ponto de sucumbir, rumando de modo irrefletido por um caminho sem volta. Resta a esperança de que aqueles que não querem este destino para os seus filhos e suas nações, conscientes de serem os guardiões da existência da própria humanidade, tal como a desejamos e merecemos, por termos a inegável certeza de que outra não tem sentido de ser, lutemos incessantemente, como verdadeiros templários, para a reversão de tudo o que acabo de descrever. Acreditem em si, em seus valores, naquilo que nos é comum e tomem de pronto as rédeas do presente, pois dele dependerá o futuro. Já não nos resta muito tempo para fazê-lo!