O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falou sobre as provocações turcas e a possível resposta da UE. A União Europeia irá avaliar o comportamento da Turquia antes do final do ano, afirmou Michel à rádio RTL.
Michel descreveu os comentários do líder turco Recep Tayyip Erdoğan contra seu homólogo francês Emmanuel Macron como “inaceitáveis”.
Por esta razão – disse ele – ele respondeu imediatamente, referindo-se ao seu post no Twitter de domingo (25), em que escreveu:
“Em vez de uma agenda positiva, a Turquia escolhe provocações, ações unilaterais no Mediterrâneo e agora insultos. É intolerável.”
Plutôt qu'un agenda positif la Turquie choisit les provocations, les actions unilatérales en Méditerranée et maintenant les injures.
C’est intolérable.
Respect pour l'Europe et ses États membres #EUCO
— Charles Michel (@eucopresident) October 25, 2020
Entenda o conflito
Macron anunciou na semana passada medidas firmes contra os grupos extremistas islâmicos em seu país, após a decapitação do professor de história francês, Samuel Paty, por ele ter mostrado caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão, em um subúrbio de Paris.
Descontente com o fato de Macron ter falado abertamente sobre o Islã nos últimos dias, Erdogan, que considerou as medidas tomadas na França uma “violação à liberdade religiosa”, insultou chefe de Estado francês no sábado (24), questionando se o presidente francês estava “bem da cabeça” e o aconselhou a consultar o psiquiatra.
Em resposta, a França classificou a fala do líder turco de “rude” e chamou de volta seu embaixador na Turquia.
Sinal da UE
Para enviar um sinal claro à Turquia, o principal diplomata da União Europeia e vários outros líderes do governo europeu já se opuseram aos comentários de Erdogan de sábado, e que o líder turco repetiu no domingo (25).
Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia, condenou as declarações de Erdogan.
“As palavras do presidente Erdogan sobre o presidente Macron são inaceitáveis”, escreveu ele no Twitter.
“Peço à Turquia que ponha fim a esta espiral perigosa de confronto”, tuitou Ursula von der Leyen, a Presidente da Comissão Europeia, em apoio à França. “Estamos do lado da França depois do ataque terrorista que matou Samuel Paty.”