Os arautos do caos e do apocalipse, assim como os zumbis que insistem em se levantar de suas covas rasas, já retomam o discurso de que, em breve, teremos uma nova onda de casos fatais de COVID e que, inexoravelmente, será necessário trancafiar todos em casa, outra vez, paralisar o viver, a produção industrial, bem como afastar e manter afastadas das escolas as crianças, evitar quaisquer aglomerações, inclusive as familiares, em especial para as festividades de Natal e de Ano Novo, uma vez que estas serão “as grandes responsáveis” pela disseminação do poderoso vírus no seio das sociedades. E, pasmem, chegam ao ponto de dizer que as nações e as famílias deverão providenciar estoques de equipamentos médico-hospitalares, bem como alimentos, como condição essencial para o enfrentamento desta nova fase da pandemia.
De outro lado, a grande mídia brasileira já começa, insistentemente, como de costume, a apontar culpados pela eventual escassez alguns produtos alimentícios e pelo acréscimo do preço ao consumidor de alguns, ocorrido nos últimos dias. “A alta do dólar tem aumentado o interesse dos produtores rurais pela exportação!”. As reportagens se sucedem, mas nada se comenta a respeito da relação entre um absurdo lockdown irrestrito, a escassez de matérias-primas e a consequente oferta de produtos no mercado e de seus preços no mercado consumidor. “Fique em casa” e espere que aquele que não parou e trabalhou de sol a sol abra a mão de ganhos oportunos para assegurar o preço mantido a patamares de quase um ano atrás? Não é preciso mais do que noções básicas de relações de produção e consumo para dizer, com toda a propriedade: É a economia, estúpido!
Chega a ser insano o quanto alguns bradam: Minhas regras, minhas regras!
Ora, nada mais justo do que o setor agroindustrial e produtivo em geral responder: Meu labor, minhas regras! Por que haveria de ser diferente?
Como era de se esperar, o rebanho útil já se dispôs e começa a reproduzir e a divulgar tais notícias alarmantes, de um destino terrível que se aproxima, todas as preocupações de seus “iluminados”. Não, não há de se questionar se o conteúdo é inconsistente, insustentável ou se é apenas mais uma “fake news” de mesma origem. É para o seu bem!
E, neste ponto, cabe registrar dois aspectos importantes para a compreensão de tudo isso: 1. O quanto os que se alinham a este pensar são unidos, pelo que seguem irrestrita e incondicionalmente a cartilha única e, que neste intuito, assumem, de modo bastante claro, inequívoco, que abrem mão do pensar, do direito de refletir e de decidir sobre si mesmos; 2. Que, de outro lado, aqueles que costumam questionar, verificar a veracidade dos fatos e das notícias têm dificuldade em se alinhar e se aglutinar em torno de uma ideia comum, justamente porque se negam a abrir mão deste direito fundamental, de ser livre, de pensar livremente, de lutar realmente por liberdade.
E isto é o que difere, em essência, a posição de cada um no espectro político-ideológico.
Para mim, vale o dito: Meu pensar, meu labor, minhas regras! E disso não abro mão.