O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, Tomás Ojea Quintana, pediu à comunidade internacional que cogite com urgência suspender as sanções contra o país comunista.
Segundo ele, as ações podem estar piorando os problemas impostos pela pandemia de covid-19. O pedido consta em esboço de um relatório divulgado nesta última quinta-feira (15).
A Coreia do Norte, que afirma não ter nenhuma infecção confirmada, está sob sanções da ONU desde 2006 por causa de seus programas nuclear e balístico, e nos últimos anos medidas cada vez mais duras foram adotadas.
Quintana afirma que o país comandado pelo ditador Kim Jong-un impôs controles fronteiriços rígidos neste ano, em meio às medidas duras contra o novo coronavírus, mas está sofrendo com as sanções e com “problemas econômicos sistêmicos e condições climáticas anormalmente ruins”.
Embora as restrições norte-coreanas busquem proteger os direitos de seu povo à vida e à saúde, os lockdowns rigorosos têm um efeito “devastador” no comércio, disse o relator.
A redução do comércio, por sua vez, ameaça os suprimentos de comida e o acesso à ajuda humanitária, diz o relatório, que será submetido à Assembleia-Geral das Nações Unidas na semana que vem.
Diante da situação inédita da pandemia de covid-19, Quintana afirmou acreditar que a responsabilidade internacional de reavaliar o regime de sanções é mais urgente do que nunca.
A implantação maior de sanções começou a “afetar seriamente a economia inteira do país” e tem consequências adversas sobre os direitos econômicos e sociais da população, observou o relator.
As informações são da Agência Brasil.