O Ministério Público Federal (MPF) denunciou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e Joesley e Wesley Batista, da empresa JBS.
O ex-secretário de Fazenda do MS e atual conselheiro do Tribunal de Contas do estado, Márcio Campos Monteiro, além de outras 20 pessoas, também foram acusadas formalmente pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do MPF.
Os crimes narrados na denúncia ocorreram supostamente entre 2014 e 2016 num amplo esquema de corrupção que envolveu propina de R$ 67 milhões a Azambuja e outros denunciados.
O pagamento dos valores ilícitos tinha como contrapartida diversos benefícios ao grupo empresarial, como isenções fiscais à JBS. O MPF aponta que foram movimentados mais de R$ 209 milhões no esquema.
A peça de acusação é assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo.
No documento, ela reúne provas obtidas na Operação Vostok, provas compartilhadas a partir da Operação Lama Asfáltica, acordos de colaboração premiada e da quebra dos sigilos telefônico e bancário dos envolvidos.
Ainda segundo o MPF, Reinaldo Azambuja teria usado o cargo de governador para exercer o comando da atividade criminosa e praticar crimes como lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.
O órgão aponta que há registros de esquema de corrupção entre a JBS e o governo do MS desde pelo menos 2003, envolvendo sucessivos chefes do Executivo.