Em 11 de setembro de 2001, Joe Dittmar estava no 105º andar da Torre Sul do World Trade Center para uma reunião de negócios, quando os ataques terroristas começaram.
Dittmar, então com 44 anos, da cidade de Aurora, no estado de Illinois – um subúrbio de Chicago, onde trabalhava no setor de seguro – estava visitando a cidade de Nova York.
Antes do início da reunião, o primeiro avião atingiu a Torre Norte e Dittmar viu as consequências infernais de uma janela da Torre Sul.
Em uma entrevista à StoryCorps, Dittmar, agora com 63 anos, relembrou vividamente a cena, descrevendo “crateras negras abertas pelas laterais daquele prédio … ondas de fumaça cinza e preta saindo delas, chamas mais vermelhas do que qualquer vermelho já tinha visto antes na minha vida, sacudindo a lateral do prédio”.
Dittmar subiu as escadas para evacuação. Ele disse que havia chegado ao 72º andar quando, 17 minutos após o primeiro ataque, o segundo avião atingiu a torre em que ele estava.
Algumas das outras pessoas de sua reunião de negócios pegaram o elevador expresso para tentar sair e não sobreviveram.
Ele só conseguia pensar em voltar para Aurora, para ver sua esposa e quatro filhos.
Ele havia tomado o trem de Filadélfia, na Pensilvânia, para Manhattan naquela manhã e decidiu que voltaria para a estação Penn Station e pegaria um trem para voltar, pegar seu carro alugado e depois dirigir para Illinois.
“O trem estava lotado de pessoas sentadas e em pé”, disse ele. “Nenhuma palavra foi dita – não havia palavras a serem ditas.”
Ele passou a noite na casa dos pais na Filadélfia e, antes de viajar na manhã seguinte, Dittmar ligou para o trabalho para avisar que ele não voltaria naquele dia. “Foi uma coisa boa”, disse ele, “porque pensaram que eu estava morto”.
Dittmar disse que, quando estava perto de casa, ligou para a esposa “pela, provavelmente, 50ª vez”.
“Eu disse a ela ‘Ei, estou quase aí.’ Ela disse: ‘Eles decidiram celebrar uma missa em Nossa Senhora da Piedade’, e eu a interrompi bem no meio de sua frase. Eu disse: ‘Eu estarei lá. Encontro você lá.'”
Quando ele chegou, o estacionamento da igreja estava lotado. “Você pensaria que era Natal”, disse ele. “Eu abri a porta dos fundos daquela igreja para ver essas centenas de olhos, todos olhando para mim, sabendo onde eu tinha estado.”
Ele procurou na igreja o local onde sua família costumava se sentar.
“Minha esposa pula do banco de trás, corre para o fundo da igreja, me dá o maior abraço e beijo que um homem poderia desejar”, disse ele. “Ela não é o tipo de pessoa demonstrativa, mas foi isso que tornou aquele momento ainda mais incrível. E eu soube naquele momento que estava em casa. Nunca tive uma sensação melhor do que essa na minha vida.”
Dittmar fez várias visitas ao Marco Zero (local onde ficavam as Torres Gêmeas) antes e depois da construção do Memorial e Museu Nacional do 11 de Setembro. Embora aprecie o que está lá agora, ele diz que visitar o local quando ainda era uma cratera no chão foi profundamente emocionante.
“O andaime com paredes de madeira e a escrita nessas paredes com amor e pensamentos sobre os membros da família perdidos foi o verdadeiro Marco Zero”, disse Dittmar.
O 19º aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001 é nesta sexta-feira.
Fonte: StoryCorps, organização sem fins lucrativos que dá às pessoas a chance de entrevistar amigos e entes queridos sobre suas vidas. O testemunho de Dittmar está arquivado no American Folklife Center na Biblioteca do Congresso americano, permitindo que os participantes deixem um legado para as gerações futuras. Saiba mais visitando o site (em Inglês) StoryCorps.org.