O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira (24) que muitas mortes por covid-19 poderiam ter sido evitadas com o protocolo adotado agora pelo sistema de saúde, de fazer o diagnóstico e tratamento precoce da doença.
“Nós mudamos a orientação para tratamento, com base no que aconteceu no Norte e no Nordeste do país. Nosso tratamento precisa ser precoce e imediato. Aos primeiros sintomas, tem que procurar o médico, a unidade de saúde. Tem que ser diagnosticado pelo médico e tem que receber a prescrição dos medicamentos pelo médico. O paciente tem que tomar os medicamentos e ser acompanhado pelo médico, para ver se não precisa de outras intervenções. Se isso acontecer, o risco de morte cai drasticamente. Se nós tivéssemos feito isso desde o início, teríamos tido menos mortes no nosso país, eu não tenho a menor dúvida”, declarou.
Pazuello falou durante a inauguração da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Ceará, que fica no Distrito de Inovação do Eusébio.
Segundo o ministro, a mudança na orientação foi baseada em conversas com os secretários de Saúde sobre o que havia de mais efetivo na resposta à pandemia.
De acordo com Pazuello, o diagnóstico de covid-19 é clínico, feito pelo médico, mas a testagem em massa contribui para as estratégias a serem adotadas pelos gestores.
“A testagem visa uma estratégia, ela visa dar ao gestor, o governador, o prefeito, ter condições de tomar decisão de gestão para a cidade ou o estado, com os dados. A testagem ampara o diagnóstico, quando necessário. Mas a testagem é muito mais importante para avaliação das estratégias de governo, por isso que os números [de testes] precisam ser altíssimos”, afirmou.
A unidade inaugurada faz parte da estratégia de apoio aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) e ampliação da capacidade nacional de processamento de amostras.
A nova unidade terá capacidade de processar diariamente até 10 mil testes moleculares, do tipo PCR, em tempo real.
A Fiocruz inaugurou no dia 10 outra unidade de apoio, na sede da Fiocruz no Rio de Janeiro, com capacidade para 15 mil resultados de testes moleculares por dia.