A Comissão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga os gastos emergenciais do governo Witzel na Saúde durante a pandemia do novo coronavírus decidiu convocar o presidente do PSC, pastor Everaldo, e o empresário e também pastor Edson Torres.
Eles prestarão esclarecimentos sobre as acusações de participação de ambos no esquema delatado por Edmar Santos, ex secretário de Saúde do Rio de Janeiro.
Além da participação do próprio governador, Edmar Santos falou sobre a pressão do grupo político de Everaldo dentro da Secretaria Estadual de Saúde e disse que Edson Torres seria o operador financeiro de Everaldo.
O nome de Edson também foi citado em uma conversa de WhatsApp do ex-subsecretário de saúde do Rio, que está preso, Gabriell Neves.
No diálogo, em uma conversa com Edmar Santos, Gabriell fala da autorização de Edson para a troca de pessoal na secretaria.
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Edson Torres e Everaldo são conhecidos de longa data. Em uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2016, no âmbito da operação Lava Jato, a força-tarefa já apontava a relação de ambos. Em uma citação, o ex-presidente da Alerj em 2004, José Nader, criticava a atuação de Edson e Everaldo na Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro).
Edson e Everaldo eram sócios na empresa “Dinâmica Segurança Patrimonial” e da “Dinâmica Consultoria em Construção Civil e Incorporações”. A “Operação Cui Bono”, uma das fases da Lava Jato, apresenta o Everaldo como sócio oculto da “Dinâmica”.
Segundo as investigações, em uma troca de mensagens entre o então deputado federal Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira de Lima, os dois falam da necessidade de dar propina ao pastor Everaldo, utilizando para isso a “Dinâmica” de Edson Torres. Na conversa, Cunha e Geddel mencionam o Everaldo como o homem por trás da “Dinâmica”.
Edson Torres é pastor evangélico em uma igreja no Rio de Janeiro, assim como Everaldo, mas ambos de denominações diferentes.