Por Renato Giraldi
Negligenciado pela grande mídia, pelos militares e pelos políticos, o Foro de SP nasceu, cresceu e hoje completa seus 30 anos. Fundado em 1990 por Lula e Fidel, o Foro reúne centenas de organizações de esquerda e algumas criminosas, ligadas ao narcotráfico o que o torna a maior organização política da América Latina, talvez uma das maiores do mundo.
No ano de 2012, em uma mensagem de apoio a Hugo Chaves, Lula diz: “Em 1990, quando criamos o Foro de SP, nenhum de nós imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos onde chegamos. Naquela época, a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos um grande número de países e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm uma influência crescente na vida política e social”.
Oito anos depois, em 09 de julho de 2020, Lula escreve uma carta parabenizando a instituição pelos seus 30 anos: “Trinta anos atrás, a América Latina estava dando os últimos passos para sair das ditaduras militares que oprimiram nossos países por décadas, ao mesmo tempo em que assistíamos a uma grande transformação do sistema mundial. Por um lado, o fim do socialismo real na União Soviética e no Leste Europeu e, por outro, a ascensão de uma nova doutrina econômica de acumulação de capital, o neoliberalismo”.
Graças ao professor Olavo de Carvalho e seus alunos, o aniversariante da semana já não é mais anônimo. Após 30 anos de história, uma vastidão de informações pode ser acessada através de uma rápida pesquisa na internet, desfazendo assim toda e qualquer acusação sobre “teorias da conspiração”.
Em 2019, de forma discreta e antes da XXV Reunião do Foro de SP, nascia o Grupo de Puebla, na cidade de Puebla, México, a face mais jovem do Foro de SP e que aos poucos o substituiria.
Dotado dos mesmos objetivos e com uma linguagem adaptada aos ouvidos e olhos da juventude latino-americana, o Grupo de Puebla, em sua primeira declaração, pretende: “construir um novo projeto comum, aprendendo com nossos erros“. Em sua cartilha, termos como: “valores democráticos, estado de direito, redistribuição de renda, inclusão social, mudanças climáticas” são repetidos inúmeras vezes; outrossim, utilizam frases sonora e visualmente atrativas à juventude desavisada, tal como: “espaço de coordenação política para gerar mudanças sociais, sem partidos, mas com líderes” (em qual regime governa-se sem um partido?). Em dias nos quais a grande mídia brada palavras como “polarização política”, ouvir algo consoante à “liderança por mudanças” pode soar como música para o jovem que ainda está distante do diálogo político. Tal atualização de postura também pode ser observada no site da Internacional Progressista, agora dono de um lay-out moderno, cheio de cores vivas e frases de efeito.
Com presença em todas as redes sociais e fazendo bom uso das tecnologias, tanto o Grupo de Puebla (Foro de SP) como a Internacional Progressista traçam uma estratégia similar: querem ser descolados e atraentes, propondo utopias sedutoras. Se fosse possível personificar a imagem contemporânea de ambas as instituições, talvez a que mais se adequasse seria a de um certo YouTuber, o qual, cronologicamente, já deixou de ser jovem – coincidentemente, também na casa dos seus 30 anos, com aparência, discursos e propostas similares às das instituições supracitadas.
Os conservadores precisam compreender que a tecnologia e o mundo digital são campos de batalha essenciais nessa cruzada aberta pelo jovem, especialmente por aqueles cujo primeiro voto será nas próximas eleições.
Fontes:
https://editorialmbc.com.br/conheca-o-grupo-de-puebla-o-novo-foro-de-sao-paulo/
https://www.tercalivre.com.br/forodesaopaulo/
https://www.defesanet.com.br/ghbr/noticia/34608/Grupo-de-Puebla–Nova-estrutura-substitui-o-Foro-de-Sao-Paulo-para-a-retomada-do-Poder?fbclid=IwAR2hguEXQCu9feRsWrv5aao-jhilLwTkKugOMlzEczO9Sn4j91gPvl9UkTs
https://progressive.international/
https://www.grupodepuebla.org/pt/